letra de terra esquecida - fat soldiers
[intro]
isso acontece. todos os dias (3x)
todos os dias, na periferia
isso acontece. todos os dias (2x)
[verso 1: m.p]
são factos dos guetos, que essa mídia não faz eco
police mata jovens, e o caso mantem-se em branco
e a corporação abafa o caso
e quem tem o direito, não reverte esse quadro
a infância no gueto não é boa
tu cresces formatado, pra sobreviver nas ruas
tu galas, miúdas em viaturas
em movimentos estranhos, em áreas sem cobertura
putos se dedicam na loucura
arriscam a vida, e vão cedo pra sepultura
mas nem com isso, o movimento para
isso prova que no gueto a rebeldia não tem cura
moças e kotas perdem a postura
na festa mostram tudo e a noite termina em gera
e aqui que não viu também explica
quem não sabe complica, quem sabe não solta dica
[coro]
isso acontece. não é mentira (3x)
isso acontece, na periferia
[verso 2: timomy]
impossível ignorar, os factos que ocorrem no gueto
uns na superfície, outros lá, no fundo do poço
entre o jovem ou kota, já nem sei quem é moço
porque os dois empapuçaram com cervejas, sem esforço
não há água, vou buscar no chafariz
enquanto um puto come pão, com bwede ranho no nariz
mas não há problema, enquanto existir um pão seco
anemia não admira mais ninguém aqui no gueto
carinho não é pra todos, princ-p-lmente aqui no gueto
miúdas deitam fetos, sem afecto, lá no beko
é -ssim na selva urbana, quês sair? não te atalhos
ninguém mexe no teu caso, cada monkey no seu galho
é complicado nada anda nem desanda
famílias inteiras jantam com 200kwanzas
aqui acontece, de tudo um pouco
e quando chove parece um curral de porcos
é nessa terra onde tudo vira negócio
água fresca turva, mata a sede aqui de qualquer moço
mas inda -ssim é o nosso pedaço de céu
eu vos falo das terras, que o governo esqueceu
[coro]
[verso 3: soldier v]
acontece diariamente no meu bairro, num é mentira
se não faltar água, e porque faltou energia
estou pausado, a luz bazou! é sempre a mesma porcaria
mesma rotina, na terra esquecida
na selva urbana, remoinho que engole ni__as
onde bekos e montanhas são as nossas avenidas
e depois da chuva, a m–da parece um vómito
facto no gueto! aqui tem sempre um óbito
nas madrugadas ouvem-se barulhos sombrios
e há cá putos, que quase nunca estão sóbrios
porque o desporto favorito é bebedeira
desculpa zona 5, mas odeio essa poeira
eu odeio, viver dessa maneira
em cada 5 metros encontras uma lixeira
kotas queimam fígados com bebidas caseiras
quando voltam pra casa acabam por fazer besteira
quanto a miúdas, já nem se gasta o latim
basta ter uma micha, que vêm tipo capim
é -ssim, o nosso remoinho
há sempre um conspira ao lado, tu nunca ficas sozinho
[coro]
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