letra de enterro de um santo - facção central
[verso 1: eduardo]
aí, gambé, saca logo esse oitão e me mata
o demônio é meu guia, a glock é minha arma
o sangue do playboy é meu veneno que escorre
seu filho é o refém que eu mato pelo cofre
eu sofro, sou algemado, um homem na cela do xis
que reivindica, que mata o carcereiro com uma faca, que te faz feliz
que engatilha o oitão na cara da piranha no sinal
que no estalo de dedos pá ta no inst-tuto médico legal
servindo o corpo pro cuzão da faculdade de medicina
olha o corpo de ladrão é promoção no cartão, ou cheque pra 30 dias
dá risada, empresário, executivo do caralho
tira a blindagem da mercedes e é amém, é caixão lacrado é
tira a bunda da cadeira do escritório
e o favelado que não é problema seu
estupra tua mulher, antec-p- o teu velório
é isso aí bate palma pro meu prato vazio
cospe na mão que te pede esmola
e é corpo boiando na beira do rio
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
cansei de ser um pobre inútil homem favelado
agora eu sou o ladrão que, com o revólver na mão, deixa sua cabeça em pedaços
queria leite pro neném, comida na panela, um caderno pra escola
me deram uma semi-automática 13 tiros no pente
então que deus ilumine a minha nova trajetória
não sonho mais com seu emprego
não quero mais a sua merda de esmola
vou atirar no seu peito playboy pra roubar sua joia
vou enquadrar sua mercedes te amarrar e jogar fogo, morô?
te apresentar o santo que a sua sociedade enterrou
[refrão: eduardo e dum-dum]
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
aí, gambé, o ladrão aqui é só outro humilde brasileiro transformado em monstro, morô?
[verso 2: eduardo, dum-dum]
amanhã ou depois o corpo embaixo do jornal vai ser o meu
na vela acesa o fogo do inferno que o sistema acendeu
no chão o sangue que não emociona, que não dá ibope
na dá tv, não dá jornal, não vê revista
que se foda o meu peito aberto com 5 de 9, não tem repórter
só uma mulher chorando com uma pá de filho
que no futuro estarão no mesmo lugar
se transformando em carniça com vários tiros
porra, mano, é foda dói na alma
não dá pra ser santo vivendo como lixo
a fome mata a calma
o que olho vê, o coração sente
é natal, aniversário, “pai, cadê meu presente?”
outro dia o moleque deu risada
“olha lá o maloqueiro uma semana com a mesma calça”
eu adianto meu velório, troco tiro, faço o necessário
pra não ver a minha filha se vendendo na esquina
ou meu filho trancafiado
do apê do hotel de luxo é difícil entender
dá pra mandar se foder (pode crer)
num mergulho de piscina é fácil julgar “ladrão tem que morrer”
infelizmente deus não me deu carro, dólar, cobertura
eu só outro filha da puta que traz seu almoço do mercado embaixo da blusa
aqui a palavra da bíblia não tem valor
a minha crença são seis dentro do tambor
quando o oitão tiver na nuca do seu filho, não grita “socorro”
eu desconheço o que é dó, amor
o monstro que você criou vai matar o cuzão igual se mata um cachorro
queria ser outro humilde brasileiro, mas cansei de sonhar
então, gambé, pode atirar, hé, e atira pra matar
[refrão: eduardo, dum-dum]
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
aí, gambé, queria paz, mas me deram o crack e uma 357
[verso 3: eduardo, dum-dum]
eu vou entrar na tua casa, no teu restaurante
eu vou matar sua mulher, pegar o vídeo na sua estante
eu vou roubar sua joia, querer sua aliança
se não tiver dinheiro, eu corto a sua garganta
é isso aí, fecha o vidro na cara do moleque, playboy
bate palma pro defunto que põe medalha no peito do gambé do goe
tira médico, remédio do nosso hospital
tira o professor da escola
joga arma, crack, álcool, aí tá legal
joga um homem num barraco de 2 metros quadrados
construído de madeirite, colchão de barro
muita gambiarra, goteira na brasilit
o resultado jorra como sangue de defunto
50, 60 no xis, no dp
polícia descarregando, tiazinha de luto
você de mão amarrada no porta mala do seu tempra 2.0
e alguém ligando pra sua casa:
“aí, piranha, seu marido vai morre
eu quero tanto de resgate no sequestro”
é toma lá dá cá no jogo do inferno
vai monta o seu palanque na puta que o pariu
pmdb, ptb, vão se foder
acabou o show de marionete, ouviu?
sem ensino, alimento, saúde, moradia é revolver na mão
miolo voando e o santo sendo enterrado
a cada segundo, cada minuto, todo dia
aí, gambé, dê-me o motivo, a minha explicação
honra seu distintivo e mata logo outro humilde brasileiro
que a sua sociedade transformou em ladrão
[refrão: eduardo, dum-dum]
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
pode atirar e atira pra matar
o santo foi com a oração que deus não quis escutar
aí, gambé, não tem honestidade sem emprego
tô com o filho morrendo de fome
é foda
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