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letra de desobedece - expeão

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[letra de “desobedece” ft. chullage & rey]

[verso 1: expeão]
jorra sangue do nariz
é só mais uma cicatriz
rosto silencioso e triste
vida abaixo de cão, ninguém desiste
p’ra todos os que olham para o chão
estômago vazio, hora de insurreição
camisolas pretas a tapar a face
essa manhã foi bem real, repare-se
disseram que alguns vinham ás 4
o silêncio apoderou-se do quarto
estavam todos acorrentados
os heróis de uma geração de rastos
vontade de liberdade reprimida
berros e gemidos enchem a avenida
limpo o sangue da cabeça de um rapaz que gritava paz
e manchou o cartaz de rey, expeão e chullage
uma mãe levanta a sua mão pra limpar o suor
olha pró céu mas não entende o senhor

[bridge: expeão]
se pensas que és livre
estás longe de tal
porque neste regime
a última medida
é policial
[verso 2: chullage]
ainda que haja quem nos governa
que afinal só nos desgoverna
nos faz viver com grilhões na perna
nos tem a morrer à espera de ressuscitar
e ter a vida eterna
o povo poderá voltar a ser quem mais ordena
votos – o nosso querer não cabe nessa caixa
marchamos com palavras incendiadas

[refrão]
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece

[pós-refrão]
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
não tenhas medo, aparece, desobedece, desobedece
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
não tenhas medo, aparece, desobedece, desobedece
[verso 3: expeão]
invadem o recinto logo cedo
destroem literatura e brinquedos
crianças choram com o medo
homens com máscaras, armas e fatos pretos
tudo começa com o spray
é o que manda a lei
tratados como insectos e vermes
manchas vermelhas no cimento e nas mentes
são difíceis de limpar, são permanentes
cânticos mais altos que sirenes
pimentos doces em abril
lançados aos leões no covil
as nossas ambições levaram-nos a isto
o nosso único deus: materialismo
quem é que está a subir p’ra não cair?
quem é que está a um passo do abismo?

[bridge: expeão]
se pensas que és livre
estás longe de tal
porque neste regime
a última medida
é policial

[verso 4: rey]
eu vi o batalhão, cães de repressão
sedentos de acção, querem sangue no chão
dou o braço a um irmão
aqui ninguém recua oblá, aguenta a posição
a nossa luta é pela população
não tenhas medo da agressão
o bloco negro aguenta pressão
enquanto a rua toda em peso grita: mais não
desobedece
[refrão]
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece
marchamos com palavras incendiadas
desobedece
de sta filomena à fontinha, desobedece

[outro: expeão]
a tensão aumenta entre os protestantes
corpo de intervenção, espírito de sangue
barricada nas escadas de uma utopia
uma criança brinca com tinta e pinta
um sol, uma casa e uma menina
uma bandeira pirata e uma grande família
sem saber o terror que se avizinha
último dia de escola no bairro da fontinha

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