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letra de a parede ou uma anti-oração - eloi

[intro]
(isto é orgânico urbano)
deita-me lento nas lagoas que este cérebro nunca viu
cresce-me ódio das pessoas, homem-copo-meio-vazio
esses mitos que apregoas são mais cândidos do que eu
encontra-me à tona de uma poça em pleno abril

e este rio vai dar a mágoa - nada, nada, nada

[verso]
eu sei que ser daqui é procurar
e nunca estar satisfeito com a cama onde me deito
mas até a alma se corta se usas facas de diamante
esta dor é lancinante e não vai embora
malditos sacos de esporra –
na verdade todos nascemos embalados pelo eduardo mãos de tesoura. –
onde está o teu deus agora?
no meu quarto é só a parede branca que olha de volta
isto só pode ser engano:
vejo o caos em cada esquina deste pesadelo urbano
tão orgânico como o rímel de uma lua extravagante
que nos pisca o olho em dano
que nos pisca o olho em dano
se calhar é mesmo isso, o nosso erro é ser humano
e saber o suficiente para que o suficiente engane
e o verdadeiro objectivo esteja longe do alcance
tão longe do alcance

[outro]
e este rio vai dar a mágoa – mágoa, nada, nada

- eloi

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