letra de big data brasil - ej mc
rosto grudado na tela, boa noite cinderela
sinto saudade de tocar o rosto das pessoas
procuro ser paciente e esperar o amanhã
um novo dia vem a tona
o mundo é cheio de velharias
e as tecnologias nos tiram do presente
sem consciência de toda a violência
que ainda gera o caos dentro das casas
se esse mal não te afeta
a luta não é uma taça
que você compra na loja de fantasias
finge que é deus, finge que é profeta
tira uma selfie e somе da festa
o que você vê é o que o outro quеr mostrar
faço uma pausa para respirar
e nossa única alternativa é continuar
fugindo dos vírus que circundam
nossas mentes, corpos e janelas
enfrentando meus vícios
antes que minha mente se torne uma cela
de prisão já basta a cisnormatividade
sofremos transfobia na própria comunidade
quantas mortes viraram estatística?
quantas vidas perderam o sentido?
e quantas famílias ainda vão chorar?
a falta de incentivo nunca foi acaso
nosso povo tá cansado de tanto trabalhar
no final do dia quem tá na correria
só quer levar pra casa algumas certezas
e comida pro jantar
o retrocesso vem de avião
e o piloto é um homem branco
a mudança vem da nossa união
não tem salvador pra cessar o pranto
somos a própria cura, o próprio futuro
a mãe e o pai que nos tiraram do escuro
dizem que é loucura, forjamos um escudo
nos protegemos e erguemos um legado
quem estará do nosso lado quando a coisa piorar?
na crise econômica quem sofre primeiro?
quem perde direitos? a hipocrisia é irônica
dos deputados ninguém tira regalias
violentam as mulheres e transmitem na tv
ao vivo e a cores com a certeza da impunidade
isso vocês não vê, sua revolta é seletiva
mais uma notícia distorcida
sem compromisso com a veracidade
foi com essa mesma mídia que tiraram a dilma
vomitaram machismo, ódio às minorias
e elegeram a atrocidade
foi com esse discurso que fizeram do brasil
o país do absurdo
todo dia uma bomba, parece alucinação
mas é a nossa realidade
estamos na linha de frente dessa guerra
estar em paz é poder andar na rua
sem medo de não voltar
pelas ruas da cidade o falso moralismo some
vejo nos muros a verdade “quem mais mata é quem mais come”
e no jornal pela manhã uma notícia me consome
outra de nós foi vítima nem respeitaram o seu nome
corpos proibidos encontrando alívio
no que for subversivo, isso que é lutar
a arte é abrigo nossos lambes, nossos riscos
são pra quebrar as correntes e nos libertar
katharsis
conexão chapecó – erechim
transviando a história do sul do país
estamos na linha de frente dessa guerra
estar em paz é poder andar na rua
sem medo de não voltar
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