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letra de paz impossível - eduardo

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enquanto só no rádio do x nossa voz for audível
cresce a arte tumular e a paz segue impossível
não quero o gueto, comerciando industrializado
não colhe a fuga de lancha, no b. o ousado

olha o bem articulado queimando perto da residência
na retaliação do preso a injusta transferência
reina o horror quando os direitos são farsas
quando matam os oficiais tem bandeira hasteada

duzentos manos do tráfico no pinote pro mato
simboliza mais vida protegida, por policarbonato
segurança pública é utopia na guerrilha
onde exterminam e deixam um pra contar pro resto da quadrilha

mano, os verme colou, da ação da locadora de carro
algemaram os parça, miraram no peito e fuzilaram
armistício não vem com a política
da matança na chácara de várzea paulista

ou com download da caridade nos quatro oito meia
que a elite doa na ilusão, de não perder orelha
enfia no cu sua ação global com rg e dentista
mentira filantrópica pra audiência televisiva

quem oferece criança pro deus das armas
ganha vale eletrocussão na casa -ssaltada
o carro de escolta metralhado com 300 tiros
é aviso que sem igualdade a paz segue impossível

(refrão)

enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível
enquanto preso for taxado como incorrigível
o ap invadido, tem chuva de tiro
as camisetas com foto somente e a paz segue impossível

“o ap invadido, tem chuva de tiro— eduardo

querem a lei em nome do boy depois do menor atirar
mas após a chacina quem pediu a lei dj lah
não deviam por branco pra abaixar a maioridade penal
mas pra reverter a falência educacional

não senhora, quem matou seu filho não foi um animal
foi uma das crianças vítimas da exclusão social
quem merecia ir pra câmara de gás inalar a morte
é o governante que da ponto 50 com suporte

não jogaríamos dorso, em saco de lixo
sem a coautoria satânica dos bem nascidos
quem quer fogo suspenso tem que sonhar com a matéria
ter um matadouro pra gaddafi, em cada favela

pros homens de posse que só amam a grana
tipos os que mandaram alunos deixar escola de ruanda
enquanto soltam pombas o investigador oferece o kit
colete do garra, banana de dinamite

vende fácil, por uma quantia mensal
o dia, a hora, o local da operação policial
decretar pra chave do morro pena capital
não invalida apólice do seguro empresarial

enquanto o pobre em idade ativa vira procurado
é bala no cérebro que não lembra o nome de empregado
a espada samurai seguirá fatiando o executivo
deixando legível na sua pele que a paz segue impossível

(refrão

enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível
enquanto preso for taxado como incorrigível
o ap invadido, tem chuva de tiro
as camisetas com foto somente a paz segue impossível

não se iluda, a paz oferecida pelo dominante
só te da esponja e desinfetante
quarto poder só aceita convivência pacífica
com você abrindo a porta na posição de man-brista

por isso vive a um p-sso da execução mexicana
serra elétrica na garganta, em frente a câmera
princ-p-lmente quem inst-tui um ônibus, biblioteca
pra cada mil lares na favela

todo mundo odeia o edu porque não quero dente de ouro
quero evitar reconhecimento de corpo
o vendedor da funerária te pegando deprimido
pra entrar na sua mente e vender jazigo

não podemos ser o iwazaru, kikazaru, mizaru
pra viver de boca, ouvidos e olhos tapados
o homem negro esperou sem sucesso reparação
só quando exigiu cota teve um pouco de inclusão

o detento fincodec ta sendo torturado
só foi ouvido quando pois no repartição do estado
reagiu a voz seu indigente doado pelo governo
pra usarem seu crânio pra fabricar cinzeiro

ser o corpo exibido na amostra
pra aluno do vértice estudar suas fibras nervosas
enquanto a lixeira oferecer o alimento consumível
o 6e fura blindagem e a paz segue impossível

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