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letra de bom dia vietnã - do protesto à resistência

[intro]
– isso memo tio, nóis vai chegar chegando e já era truta
vamo tomar essa porra
– é essa fita memo?
– é tio, se foda, vamo tomar a cena de -ssalto tio
– então demorô então
– então vamo

[verso 1]
bom dia vietnã, de pé, na fé
já p-ssam das três da manhã
não tamo aqui pra ostentar ou conquistar fã
eu vim recrutar talibã pro nosso clã
desculpe se for rude, mas tua rima não me ilude
o rap que eu acredito anda armado, touca preta e tá de luto
vivendo num dilema
entro pra cena do louco?
ou sou mais um robozinho nesse teu jogo?

[verso 2]
míssil traçante, disparado a todo instante
não só pra tremer falante, é som militante
com dialeto articulado pr-nto pra matar gigante
nós faz base de peso que é pra vir rachar concreto
discreto, direto
minha liberdade eu prefiro ver a céu aberto
os incorreto é zé povinho, que reza pra ver meu fim
cês não sabe de onde vim, muito menos pra que eu vim
em cada frase um kamikaze
só esperando o ok da minha base
pra acender o estopim da minha maldade
por ambição, por pilantragem ou por vaidade
eu já vi pai de família perder tudo atrás das grades
nesta cidade vejo muito falsidade, mas
malandro bom jamais dá as costa pra humildade

[verso 3]
se a lei falhar, a justiça eu mesmo faço
não sou muleta pra vadia ou pra palhaço
tipo, homem de aço, vou só no sapato
sempre honrando o meu espaço
pois hoje sei muito bem que sou
sobrevivente do extermínio que falhou
vários vermes até tentou
só que não me eliminou
segura o bonde, o dpr não acabou

[verso 4: nocivo sh0m-n]
brutalidade que invade, sem verso de clodovil
ciclone, pique capone, meu microfone fuzil
não sou o que a mídia pediu, mas sim o que o rap precisa
enxame, tsunami, na rima que corta a brisa
a moda não escraviza, visa quem pisa pesado
onde quem não se vendeu, tá louco pra ser comprado
soldado, fortemente armado
usa o poder da mente
deixa em choque um monte de arrombado
moleque, meu povo sofre, futuro manipulado
vitória pra quem comanda, é nóis, no mic calado
fui convocado, dpr, nocivo, vietnã
ofensa pros polícia, bonecos da klu klux klan
mais ouvinte, menos fã, resistência unida
eles rebola a jaca, nóis ataca na batida
mostra a verdade escondida no som de contestação
eles apaga a vida, nós queima vários busão

[verso 5]
não vim trazer diplomacia com a minha letra, e
não mudo a meta por contrato ou por b-c-t-, vim
pra ser o cometa que
vai extinguir sem dó os vermes da face deste planeta
neguei tua s.i.d.a., e a tua liberdade -ssistida
copo de pinga ou carreira de farinha
venho rimando a revolta de quem atira equem implora
não mata
eu canto pra quem trinca, quem critica ou quem trafica
não usa
pra quem dá um trampo, ou prefere a vida bandida
sai dessa
ligeiro, na rua quem não corre é p-ssageiro
o esqueiro, agita pra caralho, mas só corre por dinheiro
e os guerrilheiro aqui estão
tipo al capone, trepado com os microfone
caçando e matando os clones
que tentam sujar meu nome
que feio, vocês faz vexame
mas é com nós que fecha o enxame
tipo formiga, é o enxame, é a zica
a família está unida, confira
-ssim que é
o rap ta na responsa, quem não é vira bolsa
uh, só fica a roupa

[ponte]
salve rzo, sp funk, finado sabotage
já sei quem age na humildade e sem maldade
é nóis memo, vagabundo

[verso 6]
quem é que treme com os alto-falantes?
é dpr, quer pagar pra ver?
quem ta batendo de frente com os tanques?
é a resistência unida que ainda crê
nós tamo pr-nto pra guerra a todo instante
sou do protesto à resistência até morrer
quem é que treme com os alto-falantes?
é dpr, quer pagar pra ver?
quem ta batendo de frente com os tanques?
é a resistência unida que ainda crê

[ponte 2]
a guerra cotidiana levou mais um dos nossos
ulisses ronie dos santos
platoon, descanse em paz
olhai por nós aonde estiver

[verso 7]
representantes dos filhos do gueto
correndo junto dos branco e dos preto
herdeiro pardo do combate de guerrilha
das ruas de são paulo até os terreiros da bahia
eu ando vestido com as armas de jorge
que me guarda do inimigo e não me deixa só com a sorte
protegei-nos no combate e na hora da nossa morte
amém

[outro]
são jorge protegei a todo maloqueiro
a todo guerrilheiro que tá na rua buscando alternativa
pra manter tua mente ativa
sem trago

- do protesto a resistencia

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