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letra de cobarde - dime

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[intro]
quase dois anos sem me dizerem nada, agora têm saudades
querem o quê? fazer as pazes?

[verso 1]
não me guardo mais, não me maltrato mais
primeiro orgulhar-me a mim e só depois aos meus pais
como é que eu pego na caneta e não consigo escrever?
como é que eu olho para o caderno e não consigo escrever?

só consegui deixar e rasgar folhas em branco
sinto-me um velho num jardim, perdido num banco
não me manco e não aceito não fazer o que amo
tanto mano, precisas aparecem para o ano

e nos teus anos quando só te liga uma vez
e deixa de falar contigo sem duas nem três
falo da madrinha que tinha, já não tenho
tanto empenho quando precisei só tinha o espelho

já não me calo mais, já não me encho mais
ac-mulei tanta merda que para mim é demais
aquilo que escrevo é só e apenas para mim
pela música sou egoísta, sim, até ao fim

[refrão: x2]
eu disse que não me calava mais, cobarde
por isso eu não me calo mais, cobarde
orgulha-te a ti primeiro, sê verdadeiro
diz o que sentes sem ser, mais um prisioneiro

[verso 2]
agora prima, posso-me virar para ti?
metes o zé na prisão e pensas que é só -ssim?
esta fica anos sem me falar e vem-me felicitar
não preciso de ti para nada, bem podes arrancar

o teu namorado levantar a voz ao meu pai?
como se fosse um grande homem, ai, ai
voz fininha que nem a mim nem a ninguém mete medo
foram vocês que quiseram este enredo

priminha, querida, sabes o que tenho para ti?
ódio e rancor como eu nunca senti
tiveram sorte de aparecer foi à frente do meu irmão
porque se fosse à minha frente nem saíam do carrão

falsas e hipócritas, nem vos quero ver mais à frente
se me virem continuem só tenho merda na mente
venham chorar para o meu colo, metam o amor na peida
saíram da minha vida já não voltam, não há maneira

[refrão: x2]
eu disse que não me calava mais, cobarde
por isso eu não me calo mais, cobarde
orgulha-te a ti primeiro, sê verdadeiro
diz o que sentes sem ser, mais um prisioneiro

[verso 3]
parece que agora se lembraram que têm saudades minhas
depois de meses a pensarem, nas suas vidinhas
foi preciso duas semanas para ligares para a minha mãe
aí se vê a preocupação de irmão, que alguém tem

de irmã, de irmão que só soube ser cobarde
viu-se bem que só querias era ter um enfarte
sabes o que é um telemóvel e quem é a minha mãe?
defendes uma otária que nem sequer conheces muito bem?

ela que lhe volt-sse a tocar com um dedo que fosse
quem a partia era eu, fosse como fosse
és o tio mais cobarde que alguma vez já tive
és a tia mais cobarde que alguma vez já tive

dois cobardes que estão, tão bem um para o outro
não quero saber mais de saudades nem de conforto
mantenham-me onde estão, não quero nada convosco
lágrimas de crocodilo, não penso o oposto

não é de família todo o mal que fizeram ser
fizeram e nem sequer quiseram mais saber
agora quem não quer saber sou eu de vocês
cobardes, não um, nem dois, mas todos os três

[refrão: x2]
eu disse que não me calava mais, cobarde
por isso eu não me calo mais, cobarde
orgulha-te a ti primeiro, sê verdadeiro
diz o que sentes sem ser, mais um prisioneiro

[final]
estão desculpados… faz de conta

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