letra de psicotrópicos - dez & xtinto
[verso 1: dez]
tomo o comprimido rosa escuro, é a droga do futuro
incerto se é seguro mas decerto que é puro
apuro dos sentidos é um dos efeitos que procuro
estou sentado no quarto à espera que o efeito comece
tomo mais um quarto pode ser que apresse
e o cérebro ouviu de facto a prece e o guardo facto mexe
wtf! até o gato cresce até a minha altura
e nessa altura fala, loucura não se cala
isto é a pura tala, tal a tortura que te entala
na visão sou tritão, tenho tri-mão
imensa rotação nesta densa dimensão
onde as mesas pensam que são
bailarinos e até aos pinos dançam
e a minha dama sai da foto então
começamos a relação na cama
ela é monomama, é um holograma
é sobre-humana, estou sobre a mana
e ela grama do panorama
ela é sereia e eu penetrei a escama
barbatana em vez de mama, mama na zarabatana
olha como ela s’abana na cabana da savana
estamos no chão, pura conexão
mas a moca p-ssa, estou são, de volta a casa, então
fico perplexo estou a fazer sexo com a mão
[verso 2: xtinto]
sinto-me transumano mas de gestação antrópica
a deslizar neste plano, condição psicotrópica
o cérebro faz ruídos, trampa psicológica
a rebentar-me os ouvidos como uma banda filarmónica
ok, sou transumano filho dum esperma cósmico
e escorreguei no plano neste dano psicotrópico
tou a matar as metas, álibi psicológico
mas tenho que andar nas setas porque fodi o -n-lógico
era lógico, peço mais um doce copo e tu
vês-me a ficar sem pilhas como se eu fosse eletrónico
relógio sem amarras agora até escalo paredes
e dedilho as minhas guitarras tal como o carlos paredes
sentes? ou mentes? eu ‘tou a falar a sério
tenho um poltergeist que me ‘tá a dar -ssédio
‘tou num asilo, estilo nunca foi régio
inalo odores de chern-byl é o meu remédio
não entendes? dopping a matar o tédio
só “no love”, fiz amizade com a mary bu
somos mesmo siameses, eu quero um médico
foi neste beat que a gente perdeu a maddie, uh
[verso 3: um profeta]
checka o fluxo livre, influxo lúdico, o foco lúcido
do toque súbtil da dose que move o corpo súbdito
de súbito, subiste de cargo a um paraíso luzido
por luzes que aludem a que lubrifiques os teus sentidos
chill, g, a carga que o cantil carrega é fértil, útil
liberta a mente deste asilo febril
fútil da sanidade que te pede sigilo
sente ou senta-te, cingir-te é simples vendo que a
vista da vida é preta se a vives com a venda
boy, tenta, ascende à árvore da vida (yggdrasil)
vira a vista, ‘tá a mil, bebe do néctar é fácil
é que ‘tar estático não é sadio, sabes isso
sê sábio: saboteia o tédio
saboreia o gentil fluir das águas deste nilo
e deita na areia, tranquilo
odisseia no vazio, b
não k!lles a vibe, vai senti-la, cai na
alucinação que alucina a visão
liga a ligação, sinapse e electrão
-ssenta a sinopse, -ssinala a lição
adormece nesta dimensão
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