letra de avisa - deau
[refrão](2x)
eu vim dos bastidores
dessas peças de teatro
onde desejam muita merda
antes de subirmos ao palco
avisa o contra-regra
que estou apto
para pô-los a gritar ‘bravo’
no final do espetáculo
[verso 1]
deram as pancadas de molière
quem ladrou que agora ferre
pisa-me eu enterro-te
avisa o intérprete
eu vim para ser reto
não foi para ser rato
não vim ver se acerto
eu vim vencer certo do que trago
oposta à proposta apóstata
a aposta é posta na mesa;
a hoste que tome a hóstia
já sabe qual é a sequência
a saga é a de quem
melhora a maizena que dispensa
farto de aplicar o kaizen
no que armazena na dispensa
a dor garrota a cor garrida;
tu toma nota
mas adorna a investida
só isso importa
quem tinha fé em mim
ficou agnóstico
mas, no escuro
a lua cresce com a minha inicial
por algum propósito
eu sei:
só acreditam em deus quando o virem;
podia dizer-vos ‘olá’
só que custa os olhos da cara admitirem
agradeço todo o respeito
de forma sincera
mas não esqueço
que quem viu a larva que a borboleta era
acha-a ainda mais bela
[refrão](2x)
eu vim dos bastidores
dessas peças de teatro
onde desejam muita merda
antes de subirmos ao palco
avisa o contra-regra
que estou apto
para pô-los a gritar ‘bravo’
no final do espetáculo
[verso 2]
esta é a panaceia
para a odisseia
que quebra e que abre a cadeia
à ceita que ceifa a ceiva
ao filho de medeia
meu peito é rocha tarpeia
para quem trampeia o meu sonho;
se o meu rosto pompeia
é porque penei até cerrar o choro
acaba o ouro
e querem voltar alto como astreia
mas já não bate o coro
isso, para mim
não é estreia
não estás para roer osso
eu não te quero à beira
quando fizer o alvoroço
a vomitar lagosta e sapateira
a nossa visão visa
uma via mais profilática
mamar nas tetas de hera
até criar uma galáxia;
abolir do âmago
o trama do tânato contrito
esgana-te o pânico
atenta no cântico
que eu transmito
interdito a falta de ânimo
no meu trâmite
e faço o que for preciso
para subir ao vértice da pirâmide
a vida p-ssa rápido;
não me impressiono
e deixar de espólio
algo que inspire o grémio
é o prémio que ambiciono
[refrão](2x)
eu vim dos bastidores
dessas peças de teatro
onde desejam muita merda
antes de subirmos ao palco
avisa o contra-regra
que estou apto
para pô-los a gritar ‘bravo’
no final do espetáculo
[verso 3]
provei desse doce mel
e disse mal no fim
mas o valor do meu troféu
são as cicatrizes que trago em mim
escuta o que te revelo
este é o teu deus em pele
a matar essa ilusão
como se ela fosse sémele
e esse anelo com que anulo
o que é turvo na trova
urde a prova
do que não nos tomba
reforça
esse é o bónus de aguentar o ónus da fossa
esses keszelers
não vão ficar com uma merda que é nossa
“a césar o que é de césar”!
prepara a tropa
estamos seguindo o bordalo
a fazer o lixo virar obra
que se foda
a sobra da poda!
eu não dou nós na gravata
para tirar a garganta da corda
fizemos história
gritando ‘bambora’
e a arranjar uma saída
para os que nem tinham
para a entrada da porta
eu sei o que vos incomoda:
olharem para nós agora
e não verem nenhuma diferença
do que já éramos outrora
[refrão](2x)
eu vim dos bastidores
dessas peças de teatro
onde desejam muita merda
antes de subirmos ao palco
avisa o contra-regra
que estou apto
para pô-los a gritar ‘bravo’
no final do espetáculo
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