letra de relva - damaz mc
[letra de “relva”]
[intro]
[verso 1]
às vezes tudo o que me apetece é deitar-me na relva
olhar para o céu e ver até onde este imenso azul me leva
mesmo não saindo ela a minha cabeça o corpo não espera
viaja para além dos limites da nossa esfera
o que me espera? eu nem sei, não me perco nesses pensamentos
contratempos excelentes pra me sugarem bons momentos
mesmo eu tendo por momentos corpo e cabeça independentes
não consigo estar presente em 2 lugares diferentes
(por mais que tente)
quem me conhece eu sei que quase sempre nota
quando a minha cabeça parte para a lua, marte
ou então pra outra parte do universo
tento disfarçar: meio que converso…
desculpas peço mas é que tipo mentalmente uno versos
sou um livro aberto incompleto em constante estado de escrita
de rimas verídicas baseadas em passagens minhas bíblicas
a bíblia são os meus passos e tudo inerente a eles
por isso não vês textos riscados, a dica é por a negrito os erros
sempre me disseram ‘fala menos e fica à escuta’
quem procura merda acha e há muita merda nessas ruas
a gente se habitua, natural sentir o cheiro dela
mas perfumar o pescoço é totalmente outra conversa
paralela a esta e a minha paralela é esta
na corda sempre estive, equilibrar-me é o que me resta
mas nesta relva consigo abstrair me um pouco disso
e fazer com que o tempo passe a passar
uma beca de tempo comigo
[refrão]
tou deitado na relva pra me encontrar com a calma
tou farto de pensar não quero pensar mais em nada
só quero respirar o ar puro que por aqui falta
ter tempo para sarar as feridas da minha alma
tou deitado na relva pra me encontrar com a calma
tou farto de pensar não quero pensar mais em nada
só quero respirar o ar puro que por aqui falta
ter tempo para sarar as feridas da minha alma
[verso 2]
aquela nuvem ali em cima fez me lembrar o teu rosto
sorridente bem disposto, bem composto, bem vestida
lembrei-me de ti e reguei involuntariamente o solo
enquanto o vento te desfazia lentamente à minha vista
escolheste outra corda embora tivesses prometido
chegar ao fim da minha por mais que ela fosse ténue e fina
mas percebi por ti que cada um deve ter a sua
e que era egoísta não te deixar aprender a equilibrar sozinha
imagina o que era eu tropeçar e trazer-te comigo
existiria algo no mundo tão injusto? boy eu duvido!
as consequências deviam ajustar contas com o próprio indivíduo
e não se espalharem e acertarem aqueles
por quem tens mais carinho
tou com uma leve sensação que esta relva não existe
e que tudo é o cérebro a dispensar o pensar do desisto
que pensei antes de entrar nestas bolhas dos meus despistes
que põe te nu a ver as várias roupas que ontem tu vestiste
isto é quase um mecanismo de defesa (a relva )
que aparece sempre que a minha cabeça (se enerva)
se senta à mesa e se alimenta na inocência (das trevas)
traz-me a calma e a esperança com o verde (das tréguas)
pouco a pouco a bolha rebenta e as pernas se enrigecem
olhos se abrem, cores reais e texturas reaparecem
sem um espaço para elas as almas fortes também padecem
então procurem a vossa relva que elas no fim agradecem!
[refrão]
tou deitado na relva pra me encontrar com a calma
tou farto de pensar não quero pensar mais em nada
só quero respirar o ar puro que por aqui falta
ter tempo para sarar as feridas da minha alma
tou deitado na relva pra me encontrar com a calma
tou farto de pensar não quero pensar mais em nada
só quero respirar o ar puro que por aqui falta
ter tempo para sarar as feridas da minha alma
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