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letra de até o céu - contrafluxo

[verso 1: rodrigo ogi]
sentado observando o céu
transmitindo pensamentos pra um pequeno pedaço de papel
a lua brilha em torno trazendo inspiração
empenhado em sua caça eu faço parte da constelação
e sinto o ar tocando em meus cabelos
quando chega a calmaria erradicando pesadelos
vai mudando o clima quando tudo tranquiliza
o tempo paralisa, sigo no fluxo da brisa
feito um poeta, irônico, pateta
narrando a paisagem na viagem sem motocicleta
não sinto mais o chão, no ar eu movo os pés
intocável como eliot ness
eu gerencio o meu planeta
os sons batem pesado como um soco do gigante bob sapp
ou quem sabe até um tiro de escopeta
concretizando ideias como um p-sse de magia com a caneta

[refrão – sample: sandra – “só de brincadeira”]
vou seguir esse caminho
pra ver aonde é que ele vai
vou seguir esse caminho
pra ver o que o amor me faz

[verso 2: nel sentimentum]
tamo na luta, firme no comp-sso
até a última parada enfrentando os obstáculos
os altos e baixos, momentos se intercalam
um sentimento simples fica as vezes complicado
perdido pelo espaço me lanço sobre a linha
uso a essência como bússola, e é isso que me guia
os fatos e fitas, como a minha alma grita
as cores meus remédios injetados pela tinta
sob a loucura toda desse imenso caos eterno
faço minhas equações pra deixar tudo em zero
sem fugir do meu instinto, procurando o equilíbrio
pra jamais explodir, mas sem deixar de ser sincero
então eu amo, eu xingo, abraço, eu brigo
acerto e peco, pois eu insisto e não desisto
as vezes me deprimo, nisso eu penso e confesso
porém sigo na busca até o céu ficar completo

[refrão – sample: sandra – “só de brincadeira”]
vou seguir esse caminho
pra ver aonde é que ele vai
vou seguir esse caminho
pra ver o que o amor me faz

[verso 3: nairóbi]
rodovias, marginais, luzes espectrais
sonhos de vida em grandes quedas verticais
como se vê todo dia
mas eu viajo voando e flutuando por cima
com panorâmica vista
produtor liricista
entusiasta do papel e da tinta
fitando as nuvens multicoloridas
as nove e meia da matina
na fumaça industrial que cobre a city na surdina
em meio às decepções e alegrias mais vivas
o coração move turbinas e acelera em direção ao futuro
as asas batem e nenhum sentimento eu censuro
as direções são variadas de acordo com o que busco
mas eu relaxo e me lanço esparso pelo espaço que é mais puro
ser tão vasto quanto o cosmos obscuro ao léu
mcs na aptidão
e na sagacidade da missão que vai até o céu

[refrão – sample: sandra – “só de brincadeira”]
vou seguir esse caminho
pra ver aonde é que ele vai
vou seguir esse caminho
pra ver o que o amor me faz

[verso 4: munhoz]
numa simples linha reta um estado simultâneo
os restos mortais de estrelas no tecido subcutâneo
desafio a gravitação e as forças magnéticas
levito palavras pra bem além da estética
a criação é solitária, mas almeja plateias
implosão de conceito cria expansão de ideias
que me empurram pelo cosmos fluindo no rio
buscando qualidades que existem até no vazio
no desafio de alcançar uma existência completa
sem tirar os pés do chão o céu é minha meta
escondido na métrica um enigma cifrado
paradoxos empilhados, paradigma humilhado
anjo perdido sem as asas, caído do céu
o preferido da casa foi jogado ao léu
vibram cadeias de carbono, pura frequência
somos todos um só, e essa pura essência

[refrão – sample: sandra – “só de brincadeira”]
vou seguir esse caminho
pra ver aonde é que ele vai
vou seguir esse caminho
pra ver o que o amor me faz

- contrafluxo

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