letra de atrito - contando bicicletas
a chuva molha a carne sacia a árvore quando não
dá pra parar, não dá pra parar…
são as coisas caindo em mim, curioso meu fim
[eu não sei ser real sem machucar ninguém]
eu me levanto da cama
o despertador me chama
e eu ainda atordoado
a luz da manhã me cega
minha janela me nega
qualquer forma de descanso
tento atravessar a rua
a maré de carros muda
e estou sendo atacado
o trabalho não acaba
dois minutos se p-ssaram na última meia hora
tiro a chave do meu bolso
minha casa não me traz conforto
tiro um livro da estante
mas não o entendo
a canção, um desalento
azedo o gosto na minha boca
o meu coração palpita
o olhar dela me evita
e a dissonância é evidente
não nos alcançamos
mas eu tento e menciono
o atrito da existência:
“eu não sei ser real sem machucar ninguém.”
letras aleatórias
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