letra de diáspora (ato i) - constrito
enquanto o sorriso sangrento dos anjos
brilha por suas faces (translucídas),
vejo meu povo jogado de um lado para outro
farrapos humanos, párias cegos
num mundo de maiorias e minorias
favelas – fruto de uma falha equação social
relegados à miséria (e a subsistência)
frias máquinas vivas, carapaças
de mente morta
escravizados via ética patronal,
discriminados pela sua cor
o grande irmão me observa com seu olhar onipresente
provendo a ração de migalhas que nos mantém “vivos”
acompanhando nossos p-ssos, sorrindo em cada cartaz
tocando-nos a cada propaganda, induzindo a cada produto
instigando, viciando, seduzindo. sinta seu hálito frio…(3x)
nesse reino a pior condição é a de ser “livre”
livre parta fazer o que ele(s) bem quiser(em)
livre para se rebelar, para que a revolta seja um
(mero) produto descartável…
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