letra de voto nulo - coletivo 4585
[verso 1: genus]
puseste a tua assinatura num contrato de morte (deixaste)
que um voto predefinisse o desfecho da tua sorte
e agora? hipotecaram o país ao diabo
jardineiro do caos que precisa de ser regado
vieram semear a morte na seio da mente pobre
a controlar as ovelhas com um cajado de cobre
uma arma na cabeça “aproveitem o dia
não tenham medo da tragédia todos morremos um dia”
[verso 2: johnny d]
eu só queria que te calasses um bocado
a verdade é que já ouvimos o teu discurso no passado
eu tou cansado, mas o povo não
fartos da corrupção que invade cada nação
não quero isso para mim, nem extremos no meu radar
liberdade de expressão nunca nos pode ser negada
patriotismo é abraçar todo o globo como pátria
e que qualquer demagogo seja motivo de sátira
[verso 3: 2over]
tudo em sentido batam a pala chegou o capitão messias
cansado de deputado a presidência concorrias
prometias o fim da corrupção e da violência
aparência fraudulenta e povo pedia clemência
em mente tinhas a crença ditadura militar
s-xismo o racismo h0m-fobia a coligar
a plebe a enfraquecer vidas a desaparecer
tanta gente a morrer por te terem feito vencer
[verso 4: prisma]
enganam-te com o engenho da palavra mais cara
falam bem mas na verdade eles não dizem nada
manipulam a verdade por trás das tuas costas
constroem um mundo para eles mesmo sendo tu quem votas
ninguém quer saber de ti como vai a tua vida
se hoje entras às 6 e não tens hora de saída
se te sentes explorado e vais sendo reprimido
e cá fora vais lembrando o que devias ter esquecido
são contas para pagar uma família para manter
discussões com a tua esposa que também está a sofrer
dois filhos numa mesa que não sabem o porquê
da refeição ser mais contida para chegar ao fim do mês
e tu no cofre com um coche de dinheiro que tens poupado
para um dia os teus filhos poderem ser notados
e assim vais vivendo sem notar que pões de lado
uma família que não vês por estares sempre cansado
os teus filhos não te amam porque nunca estão contigo
perdes a vida na bebida que te põe menos sombrio
e é num bafo de um cigarro que acordas para o motivo
de não votares em ninguém porque ninguém é teu amigo
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