letra de romaria dos pirilampos - césar oliveira
sempre que morre um campeiro uma flor brota do chão
do fundo da escuridão, surge uma luz fogoneira
é um gaúcho que renasce no facho de um pirilampo
coloreando o breu dos campos com sua aura campeira
coloreando o breu dos campos com sua aura campeira
quando a tarde ferra o sono no colo das sesmarias
eles saem em romaria recorrendo as invernadas
velando a paz das ovelhas e serpenteando entre o gado
vão imitando o bailado dos aguapés, nas aguadas
(nem a lua sai do quarto quando acendem-se os candieiros
dos gaudérios pirilampos
pra que as almas dos campeiros, sarandeiem pelos campos) bis
quem pensa que a vida acaba se engana no pensamento
pois a morte é um nascimento de uma nova existência
e os que jazem campereando, entregam o corpo pra o campo
e a alma à um pirilampo, pra iluminar a querência
e a alma à um pirilampo, pra iluminar a querência
quem nasce pra ser gaúcho e cavalgar pelo pampa
jamais se prende a uma campa nem se acostuma no chão
e após o pealo divino retornará, com certeza
a sarandear, de alma acesa, pelos confins do rincão
pra que as almas dos campeiros, sarandeiem pelos campos
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