letra de das volteadas de uma estância - césar oliveira
ainda nem rompeu a aurora
nos confins do firmamento
e já se vê o movimento
da indiada arrastando espora
então parece que as horas
p-ssam mais desapercebidas
e as ansiedades da vida
pedem boca de algum jeito
quando um piazito abre o peito
na volta da recolhida
é onde se agarra um quebra
que tenha sangue nos olhos
pois um covarde se achica
quando um malo se embodoca
aos gritos de vir a frente
a cavalhada entra em forma
e o índio que sabe as normas
não refuga o que lhe toca
um par de roseta grande
um sombreiro requintado
um tirador de vaqueta
e uma gana por semblante
morrer, mas morrer peleando
jamais frouxá o garrão
com a pampa no coração
e as inquietudes por diante
nas recorridas de campo
até mesmo num aparte
balanceando nos fiadores
ou amadrinhando um potro
porque o flerte é companheiro
parceiro dia após dia
sempre que o galo anuncia
que veio no rastro do outro
-ssim desponta no p-sso
a novilhada dos fundo
pedindo boca pro mundo
o ponteiro ganha espaço
se agranda num “cavajaço”
no rodeio bate guampa
na culatra outra estampa
estrala um relho de braça
e a cuscada se adelgaça
quando atropela nas pampa
as volteadas de uma estância
castigam a alma de um guapo
pois lombo cavalo não é bem o que se acha
mas um taura que se anima
terceia por essas léguas
virando a boca da égua
num grito de vai ou racha
um par de roseta grande…
nas recorridas de campo…
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