letra de retoço sem freio - césar oliveira e rogério melo
o bailão do maragato
era um retoço sem freio
onde o chinaredo xucro
matreriava com os arreios
a indiada boleava a anca
gritando forma p’ras “loca”
que se “guasqueavam” de lombo
sentindo um ferro na boca.
vinha gente da “reiuna”
do “suspiro” e do “womboque”
do “tiarajú” e “vila gomes”
chegava gente de “estoque”
se mesclavam aos da cidade
os que chegava da campanha
pra dá um “tirão” na bailanta
“corre” china e bebe canha.
“dom adio” chuliava o tranco
das pinguanchas do arrabalde
que nem “tortuga de poço”
esperando o golpe do balde
negro quebra o caborteiro
não nasceu pregado ao chão
galopeava numa tropilha
de “coiceiros no facão”.
este baile “macharrão”
começava quarta-feira
e se dessem boca pra o povo
dançavam a semana inteira
volta e meia se estranhavam
e “lenha” vinha por cima
peleavam e guardavam as armas
e seguiam na mesma rima.
o chinaredo encruado
se alçava de rédea solta
e as loca pedindo boca
se faziam de revolta
faltava cancha prás “véia”
que atropelavam o vivente
com a estampa sobrando couro
e as “carretia” sem dente.
este buchincho era o chão
dos que não morrem de raio
onde o rural e o “povoeiro”
dançavam e “jogavam o táio”
encontro do peão de estância
c’alguma “changa” atrevida
do olhar de gato “paieiro”
peito e anca repartida.
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