letra de carta a lisboa (fado alexandrino do rocha) - carminho
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tal qual o velho tejo e as águas p’ra depois
aqui me tens na espera de quem partiu de mim
em ti lisboa eu vejo as horas de nós dois
e sei não ser quem era num tempo antes do fim
como eu, barcos parados cansados deste mar
ocultam liberdades na frágil luz das velas
que às mãos doutros recados que o vento quis roubar
perderam-se as saudades, fecharam-se as janelas
-ssim vivo comigo num rio de mim p’ra mim
maiores os dias de hoje são menos que outros dias
talvez por ser abrigo dalguém que antes do fim
me chega e que me foge deixando as mãos vazias
e há tanto por dizer nas linhas desta dor
que a voz do que magoa confunde-me o desejo
aqui espero por ter o rio do meu amor
correndo em ti lisboa tal qual o velho tejo
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