letra de porta abaixo - buster alx
[letra de “porta abaixo”]
[intro]
[verso 1]
o império aqui é de cesar
acrescenta duas vogais
mas o nome mais constante
só tem uma consoante e
duas vogais
esse não conhece dono
só não cuspo no prato que como porque ainda lá
como sofrem de amnésia
cortesia sem longo prazo
numa redução de espaço
eles empinam o nariz
para poder torcer o braço
evita o aço das algemas
não caminhes num compasso
põe te atento aos sinais
dinheiro abre pontos vitais
pénis, órgãos genitais
feminino
por que a quarta e ao sábado
a torre tem senhorio
não me inclino ao inquilino
nem lhe pago subsídio para me sentir protegido
declino presente
de um feito
feito outrora
embora a gente não goste
ninguém reescreve a historia
memoria domina inspira
cabeça caligrafia
caso venhas a ruir
que isto seja cartografia
[refrão]
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
[verso 2]
porcos lavam-se na lama
e pensam que ficam mais limpos
só se inundam ainda mais
enquanto esperam os famintos
que os comam de cebolada
com papel na emboscada
o silencio aqui diz tudo
e eles juram não dizer nada
traficantes já pagaram mais estudos do que o estado
a filhos de bófias
mas isso tu não notas
estafetas têm rotas
cobradores sabem rótulas
vê se anotas que
não é por venderes
branca a caras novas que grades não são as mesmas
por que crime é unidade
vida sãos às dezenas
hienas
ficam a espera que o leão cace
que encha a barriga e que o alimento não escasse
quem não rouba ou não herda
cresce a viver na merda
cão que ladra nunca ferra na selva feita de pedra
somos filhos da terra
da terra que nos vai cobrir
como cobrimos segredos até a hora de partir
[refrão]
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
[verso 3]
a quem eu já dei a mão
agora só me aponta dedos
só revelamos o que somos na altura dos nossos medos
e questionamos o que somos
quando sabemos quem fomos
para onde vamos levamos a enxada
com que cavamos um futuro visto às cegas
e negas que isso te assusta
contas planos bancários a imaginar planos de fugas
as paredes têm revistas
mas a casa tem molduras
afixadas por pessoas desoladas
alojadas
em casas com rendas
à espera de serem pagas
quando crescemos partimos
e tudo para trás abandonamos
mas vemos que não crescemos
na hora que regressamos deram-nos à luz
onde a morte passa num ápice
o futuro é incerto
visto que está escrito a lápis
diferentes atos e finais
como coordenadas para táxis
o único certo permanente é o teu nome numa lápide
[refrão]
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
eu vejo sombras no meu quarto, alto
afinal é a bófia a mandar a porta abaixo
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