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letra de armadas pra lutar - bruna muniz

[verso 1: sara donato]
eu só tenho a agradecer, a cada amanhecer
a mãe natureza, musa que me inspira meu viver
celebro a vida, sou grata a todo momento
cada boombap, cada rap, cada sample
a rima me seduz e na madruga vai ter show
toda troca de energia é valiosa como o som
meu sonho é pesadelo pros negativista
hipocrisia é não lutar e só criticar ativista
ativa, ativo o que me motiva na caminhada
já me vi estagnada, com a visão embaçada
o s-xto sentido não falha, quando dona gigi fala
em tempos de ditadura, se expressar lava alma
e eu que não vou ficar calada, vendo a m-ssa sendo moldada
sem reagir a tanta falácia, cê não viu a placa de cilada?
por essas ruas sem saída ac-mulei bagagem na entrada
decidimos mover nossas asas, nóis podia até tá parada
mesmo sem força pra escrever com vários bloqueio mental
fazer rima não é a parte mais fácil, quando sentimento é real
fora do digital, quem perde o foco não se revela
não se retrata, se desespera, resta sequela, vai, põe na tela
risca na testa toda verdade encoberta que cês inverte
em busca da melhor oferta, eu tô esperta
quem apanha não esquece
esperavam a outra face?
eu só quero que o jogo comece

[refrão: bruna muniz, issa paz & sara donato]
força pra escrever
coragem pra gritar
na guerra pra vencer
enquanto eu tiver voz, tô armada pra lutar
força pra escrever
coragem pra gritar
na guerra pra vencer
enquanto eu tiver voz, tô armada pra lutar

[verso 2: bruna muniz]
e as voz de dentro que agora grita minha partida
idas e vindas, caminhando p-sso a p-sso
segura que posso, me esforço na vida
menina no coração, mulher na terra em unção
sabedoria, magia, alegria, poder na palavra, na alma, transformação
onde a cura seja espalhada
pra que os seres entendam o motivo da nossa jornada
enxugue as lágrimas, transforme elas em acertos
e mesmo com erros, acredite que estamos aprendendo
em todo momento, atento, penso o quanto falta
evolução, poder da mente aqui inferiorizada
em cada semblante eu vejo o medo, a dor
eu desejo que todas as falhas causadas na alma se tornem amor
e com o tempo será dobrado
o primeiro já foi marcado
respeito cada ser vivo, cada momento e seu espaço
entre elas, aprendiz; hoje mesmo eu me refiz
abri meu coração sem medo de ser feliz
respondi o meu chamado, paguei pelos pecados
escrevendo no universo borrado de terra com os pés descalços
esforços não são contados
pra curar a nossa terra e transformar esse presságio

[verso 3: issa paz]
já segui os p-ssos da ilusão do meu jardim secreto
e também já abri portas pra paisagens de concreto
meu instinto indistinto trouxe o chão perto do teto
e, de seguir o meu destino, conheci o caminho certo
dentro do peito há um universo
do lado de fora há um mundo inverso, perverso
meu verso exército desperta perto do aperto
imerso, pra cura do réu enfermo, eu peço
verdades vindo à tona em tonéis de rima pr-nta
tonelada calculada pro confronto que te afronta
causando desconforto tipo bike sem -ssento
e tirar do ponto morto pra te pôr em movimento
meu argumento informa mais que william bonner
sem win do boni, igual ministério do dória
sem windows phone
boy chora agora, ou peita ou some
que minha realidade não condiz com suas história
suas historias não contam nossas vitórias
tentaram apagar trajetória, queimaram nossas vitrolas
mas nossas pistolas apontam nas vozes que cantam
cês até tentam, mas não se atentam
que nosso talento é um atentado pro seu estado mental
convocando guerrilheira com rima de -rs-nal
afinal, chegamo até aqui quebrando muro
trocando murro no escuro com o próprio futuro
e eu escrevia por mim e alcancei multidões
no final eu escrevi pra transformar corações
pra cada coração sentir a luta, mó treta
pra luta continuar dando sentido à caneta

- bruna muniz

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