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letra de o verdadeiro - boss ac

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[intro]

[verso 1: bambino]
foi amor à primeira vista, na época dos 90
boom bap ali no deck, no cypher a primeira letra
no tempo em que sem mics e mesmo -ssim havia entrega, festa a raspar na discoteca
ei, no tempo da descoberta
sem muita oferta, qy10 foi a nossa orquestra (a nossa orquestra)
sinto falta disto, tipo vício, no princípio, quando hip-hop na tuga, ‘tava no seu início
bc, bac, líderes da nova mensagem
era family, a new tribe, uma nova abordagem
eu bem puto, mas com rap na bagagem
no miratejo, atrás da praça, local da minha paragem
as after-party no cais do sodré e a gente cuspir
esculpir sem saber o que estava para vir a seguir
beatbox, don’t stop a vibe era outra
dreads da zona, funky d, uma nova rapública

[verso 2 – gutto]
quem lá estava sabe bem do que falo
no tempo em que os filmes no cinema, tinham intervalo
matinés no visage, loucuras na locomia
no johnny guitar era onde tudo acontecia (word up!)
sempre curti o boom bap
não saía de casa sem a corrente e sem o cap
-ssumo, nesta questão o meu gosto é antiquado
posso ser imitado (mas nunca igualado) (gutto é gutto)
quem eram aqueles putos de calças largas?
dropavam beatbox e com rimas meio amargas
um bando de irmãos, éramos apenas uma tribo
e em cima do palco era quando me sentia vivo
e quando nós precisámos, a música foi a cola
tuga, cabo verde, guiné, moçambique e angola
descobri a negritude quando andava à deriva
“os blacks começaram a afirmar-se
e a ter orgulho de serem blacks”
rondas de improviso à noite no meio da rua
versos eram cuspidos e deixavam a alma nua
fomos soldados numa luta que é minha e tua
agora olho para trás e vejo que a luta continua
às vezes sinto falta como ar para um pulmão
sento, relaxo, relembro e bate a emoção
tipo pele de galinha, a ouvir um granda beat
“ya gutto, nós fomos os primeiros filhos da street”
word, mais do que a música avalia a cultura
a rima mais fresh com a batida mais dura
eu vivi emoções com as quais nunca sonhei
mano o que eu sinto pelo rap só eu sei

[verso 3 – boss ac]
isto é um amor para a vida inteira
começou em 86 nas lajes na ilha terceira
o tony fez lá a tropa, trazía-me as novidades
mixtapes americanas com as novas sonoridades
eu não sabia o que era aquilo, mas sabia que adorava
grandmaster flash, sugarhill e tantos que eu escutava
imitava e rimava em inglês, primeira vez, não me satisfez
quando rimei em português (ai é?) (é!)
mas aos poucos fez-se justiça
o pensador mostrou que a língua lusa era a premissa
tudo que conseguia arranjar, ouvia tipo missa
devorava c-ssetes, yo! mtv raps vindas da suiça
“em 93’, na altura do verão, né?”
o hernâni convidou 7 grupos para a gravação
rapública tornou-se a primeira compilação
o que parecia brincadeira, tornou-se então uma missão
rapper full-time, conquistei uma audiência
agradeço ao rui miguel, obrigado pela insistência
eu e o q-pid a gravar pela norte-sul
fiz o manda-chuva nos mandamentos da old-school
de la soul, mobb deep, nas, epmd
pete rock, kool g, gang starr e pe
big daddy kane, krs, biggie, tribe called quest
jay-z, east coast (ya, mas também curtíamos west)
dre, nwa, warren g, snoop dogg
cypress hill, ice cube, tupac, nate dogg
foram tantos professores, com quem aprendi a ser mc
“ya, até subiste ao palco no porto com o ice-t”
ya, em nova iorque comparam-me ao rakim
não gosto de comparações, mas confesso que foi sublime
t.o.p, dream team, troy foi o meu padrinho
álbum gravado, pr-nto a p-ssar no programa do mariño
longo caminho, desde o bambataa zulu pioneiro
quem diria que o acompanharia no rio de janeiro
dá-me o mic, o beat, o mc, e o dj
ainda cá estou, o que sinto pelo rap só eu sei

[refrão]
o verdadeiro
o verdadeiro
o verdadeiro

[scratch – dj ride]

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