letra de derrame - big s
sem apelo quebro o gelo na zona nem das por ele
na rua nem tudo é droga mas tudo te leva ao consumo
a intervenção hostilizada é intoxicante como fumo
querem manter testamentos, ninguém p-ssa de um resumo
estou 5 anos mais perto de ver isto de forma azul
põe-te atento à retaguarda, quem fala não veste a farda
cala, consente e desliga porque há falta de consenso
por vezes eu penso, na via da minha vida
em dúvida suspenso havia de ser imenso o que vos pertence
não resolve a indecência
encarcerados uns anos para voltar à mesma ciência
são reticências em histórias sem coerência
querem que o teu mano vença dentro de uma penitência
sendo a forma mais fácil de não ouvir o que ele pensa
para e pensa, fujo do senso comum
perseguido pela diferença de não ser apenas um
pairam dúvidas em órbita
sensação é claustrofóbica
lógica antropológica
inserção pedagógica muitos não têm ótica
a vossa vida é andótica
influência é do narcótico numa sauna teórica
o derrame da caneta sobreborda essa retórica
em cada linha presente pr-nto a prever a história
dá-me luz, porque eu só vejo escuridão
não sou como quem te conduz enquanto te tapa a visão
fecharam-se as janelas, eu apelo à minha cela a minha sina vira vela
a neblina turva-me a mente
atualmente é cefaleia mas cais na ideia diferente
trago as barras em cadeia para lidares com as respostas
sopro três bafos da vida para te abafar com amostras
– o teu brotha deu na bolota vende o p-ssado por droga
– aquela dama dei-ta fora, mais uma flor que brota
– e o teu sócio lá na esquina, porque aqui o céu é cinza
tal e qual o que eu inalo
compara-lo a certas almas descreve a tua mural
concede-me então a calma para não cair igual
a fala é muda para toda a vulgaridade sem causa
eu peço pausa e mudo o clima ao meu redor
extratos da minha vida são lições que eu sei de côr
rotulados de indiferença não enchem esta despensa
para e pensa no concreto e disperta da tua crença
a rua é feita de escolhas e tu já perdeste a tua
navegas na mesma lua, não negas e continuas
às cegas nessa aventura tanto bate até que fura
então qual é o caminho se eu já sinto tonturas?
m.i.c na minha mão, não tenho tempo para refrão
no meio da degradação ouves vozes de ostentação
eu vi a vida vi pavios vi as vias e navios senti frios
a todos eu vi-os em dias vazios
havia quem visse e nunca sentisse o sentido disto
o que eu sinto é misto
não é consentido mas é com sentido
eu escrevi do peito
mas por muito que eu te apele eu sei que não sou perfeito
retrato o p-ssado com confrontos violentos
o derrame sobreborda os sentimentos
porque todo o sonhador semeia contra o seu tempo
quanto o tempo o tempo tem, se não tens tempo para sempre?
é o inverso do reflexo eu converso
eu converso eu tropeço sem acesso ao universo
uno versos junto preces e eu nem peço por mim
mas por todos aqueles semeados no meu jardim
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