letra de corações ao alto - bernardo barata
queria um coração bordado a vermelho-sangue sobre os corpos nus
queria um ceder pulsante num tête-à-tete errante movido a dejá vu
nos fios soltos de rosa e escarlate
desfiou-se sem querer a verdade
e sobre cada pedaço de pele
sobraram linhas e linhas cruzadas
cruzes quebradas e restos de nada
criei um coração fechado verde-seco de chagas na cama para um
senti o cerco apertar na aorta e a artéria cava sem espaço nenhum
no rio interno de oxigénio e sangue
abafado no compartimento estanque
soou por dentro do corpo
o ritmo de um tambor errático
a errar sobre um amor apático
vi um coração violeta-sagrado rodeado de chamas num cuidado debrum
apaguei o fogo com água benta, expiei o pecado e expus tudo ali a nu
ao fundo, o altar frio de mármore
reflectiu a luz-preguiça da tarde
e o eco da porta a fechar
latejou no dedo mindinho
um medo leve e muito miudinho
lembrei o coração inundado a azul oceano há milénios atrás numa ilha a sul
sete anos de faz e desfaz, trama de ondas de mar, urdida sob escassa luz
os olhos leram no fundo de um livro
as palavras do guerreiro perdido
e o indicador sabia ao sal
do vai-vem de páginas sobre o peito
das lágrimas de homem desfeito e refeito
guardei o coração remendado branco-sujo de trapos num lugar aberto
coração sem religião ou pranto, sem altar ou recanto, sem qualquer aperto
guardei-o num pedaço de linho
púrpura, verde, branco e indigo
pulsou entre as compressas
bem seguro por mãos delicadas
que o uniram sem fechar nada
sem esperar nada
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