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letra de crónica do crime - berna

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[verso 1]

faço disto meu dom
descobrindo o meu jeito
na escola de aldoar
mandava rimas para quem estava mais perto
dormia na sala de aula
sentia-me numa tala
a escrever uma cena rafada
para no intervalo mandá-la
antes que para dentro toque
sem que ninguém note
faz aí beatbox, para eu mandar este mote
versos, sem nexo, enrolados uns nos outros
cheios de perdigotos
eu ia aperfeiçoando aos poucos
o meu cd dos [?] e uma k7 [?]
até que me falaram que p-ssava
hip hop no kommix
há quinta-feira arranjava maneira
de bazar de casa
ia no 52 sozinho ou com a gera inteira
foi lá que conheci o nocas, os tais lcr
fartava de ver taggado num lado qualquer
comecei a p-ssar as tardes a ouvir valores. ideias
jamais esquecerei, não sairão de mim nunca mais
mesmo que me façam uma lavagem ao cérebro
vou conservar esta mística
pois eu carrego
a mesma at-tude, mesmo que a minha vida mude
o berna não desilude, nem confunde a nossa juventude

[refrão]
a vontade é muita
desde há muito com
amigos juntos reunidos para fazer o som
humilde e sem filmes
calmo e tranquilo
o berna faz música e caga no estilo

[verso 2]
para além de uma cultura, existia uma paixão
que não se podia resumir
apenas à palavra união
levei injeção dos meus manos mais velhos
tiago e daniel sempre nos vimos
no mesmo espelho
e comecei a acompanhá-los nos concertos
no primeiro logo vi
que os sentimentos no palco eram mágicos
como um vírus infiltrado no meu sangue
fiquei viciado nesta merda
e a ressaca era grande
tinha de estar sempre a mandar bitaites, freestyles [?]
24 horas sempre em open mic
no meu quarto ou zona 6
improvisos que faziam de nós
por uns minutos reis
outro auge era atingido
sempre que estávamos juntos
éramos putos, íamos para todo lado juntos
mais tarde fui conhecendo o pessoal do 2º piso
tinha o “expresso do submundo”
mas nunca o tinha ouvido
mundo e -ssim a produzir como uma orquestra
batia mal quando ele dizia:
“o instrumental não presta”

[refrão]
a vontade é muita
desde há muito com
amigos juntos reunidos para fazer o som
humilde e sem filmes
calmo e tranquilo
o berna faz música e caga no estilo

[verso 3]
dias p-ssados
acompanhados com [?] mais pesados
todos fumados, [?]
sentados a olhar a pensar como é possivel
duma caixa com botões
sai um som tão incrível
é inacreditável como isto pode ser tão ágil
não esperes que o conteúdos [?] seja frágil como tu
costumas ver hits de músicos a desaparecer
com o decorrer do tempo
o cifrão retira o prazer
numa música a fazer rodeado de amigos
[?]
dedico a todos estas linhas redigidas
para os que estão comigo
nas situações de alegria
e noutras mais fodidas
exprimo o meu afeto com este projeto
é o dialecto [?]
falo para os manos que estão longe ou perto
é do lado esquerdo do peito que vos gravo
neste trajeto
[?]
[?]
sou incessante nesta batalha citadina
com uma arma invisível na mão
para quem se aproxima
só por interesse
dizem-te para fazeres esse
e se não tens c-ssete
a malta desaparece
noites sem stress
mostra dedicação pelas cenas que gostas mais
mete para segundo plano
as que achas serem banais

[refrão x3]
a vontade é muita
desde há muito com
amigos juntos reunidos para fazer o som
humilde e sem filmes
calmo e tranquilo
o berna faz música e caga no estilo

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