letra de mata o retrato - benny broker
[verso 1: kaiza]
na guerra há um soldado
não faz sentido
só ri como o solnado
na porta do sol posto
[?] em ser fechado
quando a lua mostra [?]
a verdade é uma e ele quer é gastá-la
inteiro até que a estala gosta do [?]
andar à volta da pedra, sentir a onda no laço
[?] chuta c’a perna
uma trinca na maça
nem sempre [?]
mata mais [?] escuto o velho
que vê os carros passar depois da lomba
[?] depressa
sabe que a espera é longa
evita conversa
se não vês a onda ao longe
é isso e não se esconde
respeita todos
até ao [?] menos o visconde vai ser assim
até еstar no [?] por ‘tar nu
é vistoso, não tem rota, avistou-se a terra promеtida
quando sentiu que o futuro era viscoso
[?] só de [?]
não é da idade, o que ele diz, somente a verdade
depende da perspetiva com que olhares
a subida acontece
não interessa andares
à procura daquilo que tu queres achar
alinha-te até não teres mais por esperar
[verso 2: babba tep]
queres julgar, queres jugar?
olha para ti, não olhes para os outros
senão atiro a primeira pedra
olho para o espelho da medusa
coisa de pessoa confusa
que só me dá certezas quando tudo resto difusa
como o mestre que usa o seu melhor pincel
para pintar a sua musa
se curtes controlo, toca na pele
abusa, concentração máxima
não escapa nada, nada é retido ao mesmo tempo
os olhos de fora estão fodidos, olho para dentro
é, existe calma no caos
existe um sítio iluminado na alma
que ilumina sítios maus
sobre a posição da testa
amarei quem me odeia
abraçarei quem me detesta
regressarei como um rei à floresta
de um briga
dá-me festinhas na barriga
dá-me o que eu preciso
e não se explica, não precisa
mais um casamento entre o poeta e a poetisa
pois em cada momento em que se olham hipnotizam-se
tamos em cada cobra
à volta da fogueira
que dançam a noite inteira
queimam neurónios
veem arder demónios, mesmo à maneira
cuidado com o livro que tu guardas na cabeceira
meu filho, pode te iluminar ou pode-te tirar o brilho
[verso 3: benny broker]
não dês estrilho é tipo esta obra prima
ou é uma [?]
todos dias à noite morro
e de manhã renasço
tipo que me tou a cagar para o governo porque bebo
fumei uma e já não me apeteceu
juro-te mesmo
a fazer amor com a vida
ou deus, quem eu?
adivinha, és tu, sou eu, é a tua prima
de máscara, a mascar um bocado de mescalina
legaliza
[?] eu digo aquela rima e esta rima
alpa camasca
alpaca rafeiro
malta maltrata-se bem
não há calma
sai com a alma de um almada negreiros
e não vale nada, mas caguei
isso é que era bom, não era bro?
das zero às 12
não tenho capa, este é o meu edredon
mete a merda toda
no regabofe tipo um gerador
tipo o tio zé das couves
bebo um whisky com café às 11
enquanto oiço zeca afonso
“ah, o benny dizem que é carocho”
mas ele só come o fruto do sono
até ao caroço
a sério, hoje planto, colho da terra e dou
[?] isto é para todos
(eu juro que te mato e vou para o júlio de matos
descobrir quem é que fez este auto retrato)
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