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letra de elixir - benny broker

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[letra de “elixir”]

[verso 1: eliot]
(fodasse, isto é habitat)
poucas cerimónias, partimos a porta
com rimas com neurónios, seguimos um código de barras
sou eu próprio, nada é óbvio
isto é propriamente nada
vaga, esta propriedade está ocupada de ideias encriptadas
decifra as palavras
são portais, são passagens por lugares
‘tou sentado num jardim perto da fonte donde todos bebem água
enche do copo e bebe tudo
aproveita enquanto há, nunca penses que não acaba
capta a mensagem, lavagem da alma
mãos na cara, deus não nos salva
mas quem é deus?
tu tens o teu, mas não o meu brotha
essa conversa é muito longa, caga
só falo merda, bebo do elixir e lavo-a
acende o charro
vens marcar postura
acabas a fazer figura de parvo
mas claro, tinha de sujar a letra
escrevo com um bocado de erva na ponta da caneta
um dia passo me dá cabeça
‘tou à procura da passagem secreta (ma’ não há)
quando tudo é indiferente, o que é que interessa? (nada)
fazer rigorosamente nada [stressa-me?]
[verso 2: kaiza]
é fácil ser alcançado
quando ‘tou algo cansado sinto me um alvo parado
50 mil folhas p’a um agrafo
ponto final de parágrafo
ouço vozes na recolha do que é grave e do que é fácil
põe os olhos no outro o que gravo não é táctil
só quero é ser p’a frente
soul cobarde é frágil
o conselho é sempre o me’mo:
“o que arde, deixa-te ágil”
‘tás aí aos anos deixa-te [‘tar gil?]
pensar se tou queimado ou se tou mais fácil
beber do elixir, tu comes plástico
ando e deixo ir, não faço caso
malta quer cuspir, não parte pratos
algum p’a encher a estante é penso rápido
não vais passar de [?] vou ser farrapo
rap merda é tão recente e eu tão novato
c’uma pedra no sapato e mais 30 nos rins
culpam que dou o litro nas médias e nas minis
que esta letra vai sem rédeas e tu não tens patins
passo o tempo a riscar regras e assim traçar o caminho
dissecar indiretas, vais ter ossos do ofício
és fogo de artifício
elixir és lixo e deixo-te ir
(és lixo e deixo-te ir)
[verso 3: benny broker]
meu som é sindicato
da broa vim rimar
mas vou simplificar:
amor e felicidade
então assim é raro
viver o hoje e não pensar
fazer o que vias ontem inalcançável (significado)
bêbedo [que nem erva?]
com senso o som da rima é engraçado
letras no caderno
coincidem com batidas no compasso
sílabas, som, eu trago
a sina traço por hoje
[mil?] ‘tou aqui, sou aquilo que eu faço
365 vezes as 24 horas
ou devia dizer
já agora sei o que custa
quantia desejada, olha
se eu cuspo em altas ‘tou aqui a bocejar
por sujar o mundo do raciocínio intuito enquanto bafo a erva
se tudo é possível e relativo
mano do que é que ‘tás à espera?
ya ‘tou todo assim
‘sa foda o fim
todo o perdido aproveita quando se encontra (sim)
beber o elixir p’a me sentir vivo
sem saber se ‘tou a existir
insistir a ir a 120
mas sem insurgir
improviso baril
tipo 25 de abril
o vício da vida que se inicia em ti
e termina em mim
imagina isso, imaginativo
uma imagem daquilo que ainda vi aqui
ou devia dizer já

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