letra de pântano - benny b. x tk x pilha
[verso 1: tk]
o maxilar desvia-se, os membros não respondem
a terapia só existe ontem
reclamam-se troféus enquanto “eus” compõem
a iluminar os monstros que não se decompõem
sou o rancor guardado do ódio tão explícito
que idade tem o armário do teu espírito
na vanguarda a dar bananas sem repúblicas
nelas os outros nem ficam com as cascas
escorregam nelas
os olhos vidram, o corpo encera
o dia místico, o bem impera
à superfície espera-se guerra
sem contágio da atmosfera
lеndários do pant-n-l [?] os monstros do âmago
palpitação prova o que tenta escondеr
hesitante, ar húmido, a pele a arder
as almas estão à mostra, será que as consegues ver
ou só vês lojas, o que se compra e o que se pode vender
a dar vómitos com o cheiro dos paus do relógio
pica-paus no sobreiro dão-me o metrónomo
mas isso não é [?]
a neblina desnorteia, habitua-te à ideia
shrek, é só mais um no pântano
[verso 2: benny b.]
águas paradas não mexe, tábua panada com ferro
várias jardas passadas, passas, cuidado com as passadas
vem a pé [?] árvores partem-te a cara
mensagem é clara disse o sábio sentado
num nenúfar a fumar um cigarro
cuidado ao mergulhares de cabeça, meu irmão
podes-te perder na escuridão das profundezas do lago
descuidar-me e perceber a profundeza da escuridão
preso um bocado, experimenta rodar a cabeça p’o lado 90º
de cima para baixo, da esquerda para a direita na horizontal
vês o mar, vês o ar e este gajo ensopado
superfície ignorava, superfície [?] mas o vício agarra-me
ao [?] das almas e fazem-se obra igualáveis
só para dispersar, andam os neuróticos à espera
que o panorama não piore
com a cabeça de pantanas e um pântano no copo
consciência abana-te o corpo e uma interferência…
espírito animal, instrumental, escrevo [?] freestyle
[verso 3: benny b.]
mal já não espanta, lá no lago cá no pântano
pairam almas, karl marx, max planck
há muito plâncton, tanto quanto planto
não sei é escusado, só é mensurável na quântica
chafurdar no lodo donde nascem plantas
plantadas por um alpaca, um urso e mais um lobo
e também há aí pandas, vários lamas
chafurdar na lama e quando se cagam lambem
achas estranho? será uma panca?
se calhar não mancas, ainda não, que a situação ‘tá castanha
vem um clarão, vai e vem, abre e fecha
e arde as pestanas à sacana
sempre em [?] irmão à savana
neblina não, faz-se é ganza
sem hidroavião a sobrevoar o pântano
numa jangada voltar a experimentar [?]
ou a fumar jungle enquanto o xamã canta o mal já não espanta
[verso 4: tk]
vejo gárgulas no portão à espera de garganta
caso termas as pálpebras, esquema de dragão
para lavar as almas da poluição provocada pela falta de água
casas abandonadas como lar respirar a sua essência
até saciar a consciência, contrariar a tendência
é um calcanhar daqueles
areia movediça a tocar-te nos cabelos
a cabeça regenera tem paciência
ou ficarás submerso, quantos quilos pesa um verso?
e no verso vês a mesma precipitação
vir à chuva das berlengas
neste chão existem fendas com lendas por contar
vai dar uma curva, se não deres vais-te afundar
essa reta não é para a meta que estás a procurar
fui com a caneta ao fundo do pântano
ao fim ao lago do fundo do poço ela canta-me
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