letra de esgotamento lirical - barrako 27
as minhas rimas
são apontamentos no geral
contaminado estou na fase
do esgotamento lirical
já são 11nestes quinze
muita tinta já correu
esgotou mesmo na hora
que este hip hop faleceu
molestado, torturado
-ss-ssinado, obito foi subito
perpetrado
por um regime tatico
se o habíto faz o monge
até ao longe o cego nota
que isto vai bater no fundo
antes de eu bater a bota
caramba, que cambalhota
esta cultura deu
abram alas ao trapp
que ao rap sucedeu
ardeu como a tal
chama acesa ardia
nunca esperei que nesta arte
havia a maçonaria
os anticapitalistas
so pensam em capital
os revolucionarios
so no dia do carnaval
os autores de letras escritas
para surdos e catolicos
discursos e promessas
tal e qual esses politicos
miticos lendarios
depois da morte vem a sentença
não notaram a tua presença
notarao a tua ausencia
esta ciencia em decadencia
para os mamas é delicia
para os incultos que procuram
um curso de equivalencia
a proveniencia dita
a veracidade desta escrita
que o excesso de zelo
tornou-se anafrodita
um anti-parasita
que não pertençe a nenhuma seita
mantenho a mesma colheita
com a alma satisfeita
vivo a grande depressão
profissional e economica
não me ajusto
a essa materia sintetica
sigo a metrica
que as leis da rua me ensinaram
por isso esses impostores
comigo nunca pactuaram
não me dirigem a palavra
não entendo papagaios
começou pelo pé dos homens
acabou na mão de catraios
ensaios não precisam
com todo esse andamento
pena é que nunca ensaiaram
a essencia do movimento
veio um empreendimento
que foi desapropriado
vendido ao desbarato
ao recem-recenciado
sem consentimento
nem sentimento pelas obras
desenvolvidas
por quem nunca entrou em man-bras
das bocas venenosas
que nem sequer deixam as sobras
por isso deus é g-y
que deu asas a essas cobras
vandalos da arte
e dos caminhos calcetados
não vivem de pé na origem
so na industria ajoelhados
gordos abastados
como lordes opulentos
imaculados nos flyers
pelos euros suculentos
conheço talentos clandestinos
na oposição
que mostram aos avarentos
o poder da criação
quando ela é sem limites
todos te querem limitar
é pra cima dessa gente
que me apetece vomitar
não consigo imitar
macacos de imitação
já não são os primatas
que esgotam a lotação
neste momento estou insento
daquele puro sentimento
que me fez apaixonar
e pedir a mão em casamento
eu bem tento,bem me esforço
mas já estou em pele e osso
se são ossos do ofício
isto é oficial moço
por uma restia de paixão
que este guerreiro aguenta
quero por rimas na sebenta
até chegar aos 50
o que salienta
o meu caracter de lutador
cago nessa gente sedenta
e isenta de igual amor
desmotivado desacreditado
neste rap alienado
deixo o caso sem culpado
é um ficheiro arquivado
de secreto nada teve
teve mais sociedade
dotada de habilidade
para a rentabilidade
cagam postas de pescada
dizem que não usam cunhas
so quem não sabe da historia
engole essas artimanhas
só os novos mancebos
não entendem esses nabos
mais contentes com a fama
do que um cão com dois rabos
não culpo o meu insucesso
pelo teu sucesso (virtual)
falta saber se foi limpo
parece-me paradoxal
essa escrita enganosa
não p-ssa de fonograma
já nem senhora na rua
e já nem puta na cama
é á grama que é vendido
esse ouro que só brilha
ou é a grama e o garrote
que essa mafia compartilha
há-de cair esse regime
absolutista que nos pilha
será historica
como a queda da bastilha
tá limpo
pró ano há mais
siga a rusga
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