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letra de escape - barrako 27

[verso 1]
quando escrevo o que descrevo é espontâneo
trato por tu a bic quando estimulado o crânio
olho o universo submerso no próximo verso
que os astros iluminem os meus ,é tudo o que peço
o futuro é incerto
terra de gananciosos
vivemos ansiosos com sonhos fantasiosos
questionámos a existência
em momentos mais difíceis
aguentamos fardos
notamos que somos frágeis
tudo ficará quando entrarmos noutra dimensão
de nada servirá o dinheiro, partido ou religião
somos minúsculos
dos vírus mais fatais
somos uma vergonha
comparado aos animais
o tempo é curto
cairemos no esquecimento
será que o homem é louco
ou age com discernimento
não faças muitas contas
o bilhete é só de ida
poucos nos dão a mão
sem uma contrapartida
[refrão]
nesta oitava arte
procuro um escape
sinto a minha liberdade
e não há nada que pague
quem seus olhos enxuga
a alma subjuga
a procurar a fuga
a procurar a fuga

[verso 2]
quem rima de barriga cheia
a mensagem é duvidosa
já de barriga vazia
a verdade é impiedosa
duvida das palavras dos que prometem mundos e fundos
sobretudo dos gordos que alimentam os moribundos
cumprimentam com uma mão
com outra espetam facas
olho através do ombro
atento aos vira casacas
neste mundo sórdido
tudo mudou, não é rumor
todos querem sorte ao jogo e não mais no amor
só os mais fortes
sobrevivem nesta babilónia
sinto-me estranho na minha terra
sinto-me numa colónia
novas gerações digitalizadas, humanoides
a realidade é tão virtual que espalham factoides
os ricos cada vez mais ricos
e os pobres mais pobres também
as elites cantam vitória
e o povo “vai ficar tudo bem”
oxalá tomará antes fosse quero acreditar
que os nossos filhos e os nossos netos
algo consigam mudar
[skit]

[refrão]
nesta oitava arte
procuro um escape
sinto a minha liberdade
e não há nada que pague
quem seus olhos enxuga
a alma subjuga
a procurar a fuga
a procurar a fuga

- barrako 27

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