letra de xícara quebrada - aruan aleixo
[verso 1: aruan aleixo]
baby, quando eu te vi, eu não soube dizer
se queria matar, se queria… meter
você foi o mais perto que eu cheguei de morrer
eu tenho a mesa posta
a culpa me devora agora
eu não deixei ela adestrada
de mim, a moral dessa culpa não tem nada
porque eu fui criado em cativeiro
e, em mim, ela foi injetada
e, agora, que eu sou livre pra cuspir onde comi
ela quer se vingar, eu vou alimentá-la
eu tenho as mãos atadas na mesa
eu tô servido à certeza
de que a única defesa ao pecado é o medo
depois de consumido, me desarrependo
numa revisão de convicções
arrumar o padrão das emoções da
consciência culpada
deve se acostumar à xícara quebrada
[verso 2: lucas felix]
num diálogo, profundo, ideológico
vejo que o fardo desse mundo é tão simbólico
eles fundem meu sistema neurológico
com esses hábitos que tornam o ser humano tão bucólico
hum, fui quase phd
vi o inferno em hd estava dentro de você
uma xícara quebrada não pode ser consertada
afinal, remontada, não altera a queda em nada
seria a consciência uma magnum norma go?
atirando magma de forma pragmática em tudo que amamos
fazer pelo simples desejo da carne
há de ser tudo da lei, não precisa fazer charme
10 mandamentos, milhares de sentimentos
pedras na areia da praia que não viveram momentos
de humanidade, o calor de sua vontade
a consciência da vaidade
respire o caos da cidade
tudo vívido, em movimento constante
uma xícara quebrada e a vida fora da estante
[refrão: surgem, lucas felix & aruan aleixo]
ah, eu tenho uma xícara quebrada
não preciso que a consertem em nada
o dia em que me arrepender
deixo meus cacos com você
ah, eu tenho
uma xícara quebrada
não preciso que a consertem em nada
por que é que eu vou me arrepender?
se foram meus erros
que me fizeram aprender
ah, eu tenho
uma xícara quedrada
não preciso que a consertem em nada
me recuso a me arrepender
arrumo outra coisa em que beber
[ponte – colagem]
do we talk about teacups and time and rules of disorder?
the teacup is broken
[verso 3: surgem]
e eu quero meu lugar na mesa do delírio
afastado da loucura de não desejar
o sumo doce dessas frutas no paladar
e a lembrança da escolha no penerar do tempo
é a p-ssagem de volta no esperar da vida
profundo azul de ser
o verde belo de sentir
na histeria de sorrir sobre as páginas do livro
veneno sob as pontas pós o eco do silêncio
em nome de cores que fragmentam o peito
e o cheiro de flores que inebria o vento
e me levam pelas pétalas que desabrocham lírios
a culpa dos filhos no desabrochar do medo
e o desmanchar da mente quando os olhos abrem cedo
com o toque de apollo refletindo no espelho
quebrado como a xícara que se enche de caos
porcelana e rachadura em contato com os deuses
[saída – colagem]
the teacup is broken
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