letra de últimas palavras - antraz mentalz
[antraz]
fique tranquilo, não respire forte, guarde as suas forças
apenas não feche os olhos, você ainda tem uma vida toda
mesmo sabendo que só lhe resta um suspiro
eu tento te iludir dizendo que você vai ficar vivo
a sua pulsação está ficando fraca
a pele está ficando parda
as veias estão saltadas
coloco o meu ouvido perto do seu peito
pra ouvir os batimentos enquanto ainda resta tempo
a gente sempre avisa, premedita a morte
a saúde debilitada, internado, еsperando a sorte
a pessoa quе você ama está sofrendo e vai morrer
você se sente um inútil ao ver que não tem nada pra fazer
o barulho do aparelho que mantém você com vida
apitando e alertando, adiando a sua despedida
tá chegando o momento e eu não tô preparado
não sei se vou aguentar viver sem você do lado
[fundodamente]
cordão de prata se rompendo, você está partindo
mesmo não querendo, sua vida está sumindo
portal da morte se abrindo, melhor você passar
existência já eras, melhor você aceitar
aonde vai parar, qual foram suas ações?
o inferno a te esperar, então enfrente os leões
perceba ao seu lado, vultos negros te esperando
pelo vale da morte ficarão te escoltando
não está respirando, é sua consciência
agora que começa a sua penitência
não clame por clemência, sua chance se esgotou
oportunidades dadas não aproveitou
“não sei onde estou”, esse é o questionamento
sua expressão exata é de puro lamento
angústia é o sentimento que domina agora
não vai cair a lágrima por mais que você chora
[lord tagman]
[?] pro inferno, espírito se levita
levante como os demônios
está chegando a sua partida
fantasma grita!
luz negra vai aparecendo
santa que goza te devora num banquete horrendo
está temendo, se degola, membros já arrancados
pela metade, a sua alma [?] já quebrada
e eu tentando fazer um pacto pro além-vida
quem sabe lá vai seguir a morte sucedida
em seguida, já selado o sacrifício humano
pela ressureição e o tempo vai passando
acho que vai dar tudo errado, oh, não pode ser
não estou ouvindo o sussurro, não vai reviver
e a oferenda negra é só mera ilusão
fiz tudo errado, mutilado, vai ser sem perdão
[?] me prende
inconsciente
[dzastre]
passagem pra viajem, contagem regressiva
não vou gastar saliva numa justificativa
vida demonstrativa, um monstro na ativa
cativa na derrota dessa rota destrutiva
cultiva na gengiva palavras pra sufocar
puxa o ar pra trava não atrasar
décimos de segundo, nesse péssimo mundo
me convida a pular do décimo segundo andar
um vagabundo andar em meio a falsidade
me dá vontade de ir pro fundo da cidade
aqui me sinto imundo, ou sem tão falsidade
quando não tentam abolir a minha agressividade
‘cumpadi’, esse é o rascunho de um testemunho
cansado de estender a mão, eu vou fechar o punho
mente farta, peito infarta, farta para o foco
deixo essa carta e o resto do ódio no copo
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