
letra de vou dar de beber à dor - antónio rocha
foi no domingo passado que passei
à casa onde vivia a mariquinhas
mas está tudo tão mudado que não vi em nenhum lado
as tais janelas que tinham tabuinhas
do rés-do-chão ao telhado não vi nada, nada, nada
que pudesse recordar-me a mariquinhas
e há um vidro pegado e azulado
onde havia as tabuinhas
entrei e onde era a sala agora está
à secretária um sujeito que é lingrinhas
mas não vi colchas com barra, nem viola, nem guitarra
nem espreitadelas furtivas das vizinhas
o tempo cravou a garra na alma daquela casa
onde às vezes petiscávamos sardinhas
quando em noites de guitarra e de farra
estava alegre a mariquinhas
as janelas tão garridas que ficavam
com cortinados de chita às pintinhas
perderam de todo a graça porque é hoje uma vidraça
com cercaduras de lata às voltinhas
e lá p’ra dentro quem passa hoje é p’ra ir aos penhores
entregar ao usurário umas coisinhas
pois chega a esta desgraça toda a graça
da casa da mariquinhas
p’ra terem feito da casa o que fizeram
melhor fora que a mandassem p’rás alminhas
pois ser casa de penhor o que foi viveiro d’amor
é ideia que não cabe cá nas minhas
recordações do calor e das saudades o gosto
que eu vou procurar esquecer…
numas ginginhas
pois dar de beber à dor é o melhor
já dizia a mariquinhas
pois dar de beber à dor é o melhor
já dizia a mariquinhas
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