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letra de a lição da cigarra e da formiga - andré sardet

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[estrofe 1]
a cigarra e a formiga formavam um belo par
eram roque e a amiga, vizinhas do meu pomar
a formiga, com afinco, encarreirava no carreiro
desde as nove até às cinco no vaivém do formigueiro

[refrão]
a cigarra era um artista, cantava canções ligeiras
no cabaré de revista, debaixo das laranjeiras
às vezes não tinha pão e tinha que o inventar
vendia a sua canção a quem quisesse comprar

mas um dia a formiga morreu não sabem de quê
uns dizem que foi fadiga, outros debaixo dum pé
e deixou dinheiro a prazo a render para ninguém
ouro fechado à chave no fundo dum armazém

[estrofe 2]
e continuou a cigarra, sempre pobre e falida
a acompanhar à guitarra, a cantar feliz da vida
ouçam-na a meio da tarde, alto vai seu recital
não tem anjo que a guarde nem sequer caixa mutual

[refrão]
a cigarra era um artista, cantava canções ligeiras
no cabaré de revista, debaixo das laranjeiras
às vezes não tinha pão e tinha que o inventar
vendia a sua canção a quem quisesse comprar

mas um dia a formiga morreu não sabem de quê
uns dizem que foi fadiga, outros debaixo dum pé
e deixou dinheiro a prazo a render para ninguém
ouro fechado à chave no fundo dum armazém

[instrumental]

[refrão]
a cigarra era um artista, cantava canções ligeiras
no cabaré de revista, debaixo das laranjeiras
às vezes não tinha pão e tinha que o inventar
vendia a sua canção a quem quisesse comprar

mas um dia a formiga morreu não sabem de quê
uns dizem que foi fadiga, outros debaixo dum pé
e deixou dinheiro a prazo a render para ninguém
ouro fechado à chave no fundo dum armazém

[outro]
ó formigas sem prazer, tirem a vossa lição
pesem bem, deve e haver, e oiçam mais o coração

- andre sardet

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