letra de entrementes - amago
[verso 1: balão]
mais um branquelo magrelo, de bermuda e chinelo
conta bancária no zero, em demasia sincero
monogamia? não quero, patifaria eu cancelo
pra ti faria um castelo, se eu tenho eu intéro
se não tão vendo eu espero, tudo a seu tempo disseram
os que persistem prosperam, por isso não desespero
pra esse monte de prego, âmago rap é o martelo
então 100% me entrego a entonação que emprego
não nego minha condição
carrego no coração
a munição pra reação
e na hora exata descarrego!
1, 2 liga o mu e chama o will
pra fazer o corre do progresso já que a ordem aqui sumiu
3, 4 rap é o norte dos malaco
a diversão da molecada é o terror dos pela-saco
tão fácil perceber, a relação do fatos
que se p-ssam na matéria e tem origem no abstrato
nem busco a consciência, pois sei que ela me busca
se eu te contar a metade dos fatos cê se -ssusta
s-xto sentido aguça
eu vesti a carapuça
do carrasco pra matar
tudo aquilo que me ofusca
[verso 2: iodes]
palavras atiradas são flechas, sua boca é como um arco
língua pr-nta pro disparo cuidado com o seu fardo
comece a pensar de forma racional
de modo que a razão e ação melh0r- nosso astral
razão social em uma aldeia global
nosso tempo é crucial, todo o tempo é de mudança
inverteram os valores e tu logo caiu na dança
de um som que toca faz tempo destruindo esperanças
corre mas não alcança, são as regras do jogo
mantendo todo povo vivendo em meio ao lodo
(e aí se ta marcando iodes?) claro que não!
ouço muitas vozes e vejo pouca ação
na minha cabeça responsas reprimem meus pensamentos
não dá tempo, sou detento, só lamento, sem cash pra investimento
demorei mas acordei e deixei de lado essas besteiras
o templo que to construindo não é de areia
as vezes eu me sinto como um animal na gaiola
preso aqui dentro sem poder ir pra fora
vendo tudo daqui, “o que eu faço agora?”
sorte do piu piu não ser pego pelo frajola
o corpo que habita não é sua armadura pra vida
é a ferramenta que exerce sua missão do dia dia
saia, lute, busque conquiste
harmonia do um infelizmente ainda não existe
mas cada batalha tem um final indefinido
se a vitória for nossa, é pelo amor envolvido
meu trampo não ta falindo, levo no peito os amigos
a vontade de vencer é o que me mantém vivo
os anos que p-ssam trazem agora a imagem mais denegrida
aos olhos de quem enxerga com os olhos de outros a vida
de olhos fechados olho pra trás e vejo tudo que mudou
por experiências vividas agora sou o que sou
engoli sapo demais de quem não tem conteúdo
percebi que evolui ao sonhar em conjunto
[verso 3: vincent]
eu to na psicose que me intoxicou
sistema é fraco na cabeça de quem só fitou
só ficou, na espreita num canto inóspito
a quem das mídias, e só lutando pra estar sóbrio
então, sobe o volume
adapte seus costumes
no ego que te carrega
pro beco do que te ilude
com o eco das facas cegas
que insistem brigar no escuro
citam demais a tudo
na briga do surdo e mudo
que absurdo
avanço sobre isso tudo
pelo pódio que procuro
e pelo ódio que não curo
então mexe os ombrinho fi
se orgulha no futuro
e promete mesmo pra si
mergulhar no sonho lúcido
pra evoluir, sorrir
viajar nos mundos
pra ter aqui e ali
minha voz nos muros
prateleira de livros
mais horas em estúdio
âmago, essência
arte em meio ao dilúvio
(é o buraco de minhoca entre os anéis de saturno)
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