letra de vida de caboclo - althair e alexandre
chego da roça pra espantar minha canseira,
pego o banco de madeira e vou sentar lá no quintal.
e as galinhas vão subindo no puleiro,
e o meu gado leiteiro vai chegando no curral.
e lá na serra, restos de um sol vermelho
que brilhou o dia inteiro pra ajudar a plantação.
é a mão de deus abençoando mais um dia,
noite chega e anunciando lua cheia no sertão.
-me diz senhor,
-o que eu posso fazer pra poder agradecer a minha vida
de caboclo!?
-me diz senhor,
-o que fiz pra merecer!?
-tudo aqui vem de você e o que faço é tão pouco.
o sono chega, bocejando, pego o banco,
entro dentro do meu rancho, encosto a porta pra
dormir.
um pai-nosso e uma ave-maria,
rezo pra minha família que me ajuda a prosseguir.
o galo canta, outra vez é madrugada,
de cabeça descançada, o meu rostou vou lavar.
o meu café é natural, não é expresso,
não sou contra o progresso, mas adoro esse lugar.
-me diz senhor,
-o que eu posso fazer pra poder agradecer a minha vida
de caboclo!?
-me diz senhor,
-o que fiz pra merecer!?
-tudo aqui vem de você e o que faço é tão pouco.
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