letra de caos no cais - alã (cactu)
[verso]
o fim e o mesmo pra mim e pra todo mundo
sem mais, afundo o barco na beira do cais
olho pra trás o medo me doma, aponto o dedo
experiencia que não soma sempre chega, cedo
e essa e só uma porcentagem do enredo irmão
calçada ensina a caminhar com o pé no chão
cada esquina que tu dobra a vida cobra e nada basta
dói saber que a sola do sapato gasta
não, não, não arrasta não pensa mais uma vez
o monstro que te persegue foi tu quem fez
não consegue liberdade, nem paz, bem capaz
aqui jaz um momento de lucidez
século 21 tempos de epidemia
eu faço parte dessa m-ssa de esquizofrenia
por gosto vivendo só do que e imposto
escravo da minha, própria hipocrisia
vamos ao que viemos sem m-ssagem e sem rodeios
já tô pra lá de exausto dos meus próprios devaneios
caminho milhas não chego a lugar algum
sem nenhum motivo justo pra justificar os meios
receios me impedem de sair da mesmice
racionalizo a vida pra aceitar o que disse
af-go o meu conforto enquanto me inundo
me afogo no conforto longe da superfície
vejo o fim daqui não dá mais pra respirar fundo
escravo da incoerência na existência desse mundo
destravo a insistência de nadar sem ter razão
mas não consigo fazer mais nada enquanto afundo
segundo de ânsia, momento de olhar pra trás
lembro da infância onde lutava pelos meus ideais
minha arrogância hoje me mata, o marco sempre foi tudo
me iludo sem mais, afundo o barco na beira do cais
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