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letra de animus - adjoint

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num reino obscuro
onde o n0bre segura o escudo
clero está de luto pelo rei quase morto
povo cheio de fome febre, tosse

sem cl-sse sem base
é a vida, não é uma fase
eu estou algures por lá
malha de seda, algodão
água pão, café tabaco

algures na corte, algures no campo
julgado na praça sem malha
só ouro prata algum tabaco
seguro o escudo, estou de luto
com fome, doente – quase morto

senhorio ingrato imposto bem alto
campo sem fruto desde de puto
trabalho no duro, sem ver o futuro
agora saio. não sei quando volto

se volto. vou atrás de algo novo
levo tudo que preciso
o barco está cheio tou lá no meio
mar aberto

p-ssado um ano
volto armado em fidalgo
bolso cheio de ouro
viciado no rum e ópio

qualquer tasco p mim é um pódio
quanto mais bebo mais crio ódio
a minha pessoa que esta ligada
com cada história e eu conto-a
(vezes sem conta)
vergonha na cara não falta
mas eu meto o capuz fico a sombra
a minha volta só putas e cães
bem vindo a vida de merda

daquele fidalgo já pouco resta
nem tinha dado conta da peste
cidade obscura agora ‘ta morta
e eu aqui sozinho faço a festa

garrafa vazia roupa rasgada
cidade nublada deixou me sem nada
alquimista? há algum médico na casa?

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