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letra de 25 - acidv4mp

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tudo começou no dia vinte e cinco
mas antes disso já tinha outras fita
tá tudo cercado já entra pra dentro
atrito no mormaço ainda dentro do ventre

berço de mentira, história se repete
antigos jogadores do jogo da vida
deram tudo pra prolongar a magia
acabaram com tudo da noite pro dia

era 2003 o meu nome eu escrevia
acima do caderno, carteira azul fria
mal eu sabia, que o demônio que afligia
acima da gente estaria

vida pra frente, nem lembro os teus olhos
sabia que um dia eu encontraria
algo quе fizesse me sеntir em casa
de um jeito que nunca antes eu sentia

pela estrada da vida andei
não sabia nem o que me atingia
calado sofri, sem inteligência e tamanho
pra expressar minha vida

fui aprendendo com o tempo que embaça
que tudo na vida que é bom logo passa
o amargo fica, o azedo é de graça
o salgado mata e o doce ressalta
me descobrindo por entre as esquinas, mulheres
mentiras, jogos, cocaína
me liguei que emoções aterrissam
e as pessoas transbordam malícia

trocando conhecimento por bebida
fabricando as notas mais altas da lida
cada ano que passa ganha mais história
em meio às feridas eu conquistei glórias

ninguém tá do meu lado, nem nunca esteve
os humanos só dançam conforme o banquete
aprendi na porrada, agora não esqueço
só confio na minha sombra

meu ascendente te assombra, a lua me protege
o sol me incentiva a ser mais herege
andando por esse sistema solar
agora vejo tudo aquilo que rege

logo aos 17, minha primeira morte
com 19 eu voltei pra casa
ainda lembro do show lá do primeiramente
a mente desses cara me lançou pra frente

me desculpa raillow por aquele presente
sua voz em minha vida, pasme, é tão presente
se não fosse o rap eu “tava” ausente
perdido no labirinto da minha mente
o povo que sofre na escada da vida
sem instrução pra ganhar a partida
me inspirou a ceder os meus dias
pela destruição de toda jogatina

parei, pensei, refleti, estudei, me doei
machuquei sem querer eu confesso
paguei todas minhas traições
hoje em dia corro de todo excesso

um dos poucos guerreiros que cessou a guerra
cansado de consumir tanta tragédia
preferiu morrer do que ter que matar
e por isso o sol veio pra te abençoar

o meu próprio filho assisti queimar
lágrimas de fogo escorreram minha face
se não fosse assim muito grande eu estaria
morreriam todos, só eu sobraria

carregando o fardo de saber de tudo
fingindo que não “tô” mais equilibrado
percebendo a maldade dentro do divino
percebendo a bondade dentro do diabo

fui ficando sincero e perdi amigos
dupliquei os meus inimigos
reduzi os que correm comigo
minha sombra, meu melhor amigo
desconectando do túnel do tempo
desacelerando a voz do movimento
contando as ondas numa sala branca
tentando salvar o planeta que eu amo

depois que abracei o poder da escrita
meus dedos viraram meus deuses em vida
o meu coração se tornou uma canção
que um dia ecoará pela avenida

não “tô” com pressa, não sinto mais fome
não culpo ninguém pelas minhas feridas
não quero que me culpem também
cada um que carregue sua sina

o preto que habita o fundo da minha pele
me trouxe coragem e sabedoria
se eu não fosse branco “taria” na vala
ou então perseguido por toda minha vida

os meus olhos verdes refletem a cegueira
de um ser que achou que o amor bastaria
pra que todos se conectassem
me desculpem, juro, eu não sabia

eu prometo, não mexo em mais nada
tá tudo perfeito assim desse jeito
só peço que não me impeçam de cantar
se não vou fazer o que deve ser feito

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