letra de todos tortos - ace won
[verso 1: ace]
imagina o padrinho em qualquer bar do porto
inclinado para um lado, com o corpo todo torto
deixa-me sair do mesmo p’ra fugir ao paradoxo
de pedir mais um fino p’ra ficar um pouco mais grosso
queria calar o alvoroço na cabeça
travar conversa comigo mesmo e pedir-me cessa
se essa mensagem não chega ao topo, esquece-a
eu entro em delírio, não há “não stresses” que me impeça
não queria ser a peça que nunca se encaixa
mas também não quero ser um comparsa da vasta farsa
não basta pensar em pensar fora da caixa
de que interessa ser vanguarda se não sustenta uma casa?
mais um gole p’ra esfriar, cabeça quente
ou amas ou odeias, gajo do 8 ou 80
se me apoquenta, cuspo raios da garganta
tanta merda dentro, quem canta seus males espanta
então, é ver-me na pista a berrar refrões
não há motivos p’ra festejar, mas eu vejo sempre razões
prefiro morrer a rir do que cair às frustrações
um artista activista e suas interrogações
são maldições ou é karma
ou são opções forçadas em alturas de menos calma
quem ama o que faz nunca trabalha, não falha
uma verdade igualmente proporcional ao tamanho da alma
[refrão: ace]
afogamos mágoas, brindamos às vitórias
não baixamos os braços, ainda escrevemos história
se a memória não falha, fica-nos bem a glória
dissemos que não para e não era mentira
[verso 2: presto]
o globo gira, o tempo não para
a página vira luva branca na cara
chapada, balde d’água fria
desafio em dose dupla, venha outro dia
quem diria que a vida viria a ser assim
de romântico a pragmático a ruim enfim
anos de rimas, outros em motim
sem uma solucão, ou conclusão para mim
não fui feito pra tentar agradar
quer dizer posso tentar mas não vamos gostar
ponto final no radar, parcos resultados
prácticos, caminhos cortados remetem desvios
por isso passa a garrafa e saca a cápsula
quando te dizem que vives numa farsa
para todos os meus cotas na fossa
sem mágoa, sem mácula, só muita força
[refrão: ace]
afogamos mágoas, brindamos às vitórias
não baixamos os braços, ainda escrevemos história
se a memória não falha, fica-nos bem a glória
dissemos que não para e não era mentira
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