letra de viagem d'um perdido - samu (portugal)
viagem de sentidos
com o meu peito erguido
sou réu desta plateia
onde o convicto é abatido
abstrata a ignorância
que retrata este ser vivo
formataram me a mente
estou na ignorância contido
fico na ânsia contigo
se acreditares no que eu digo
e mesmo que não me queiras
são outros pontos de vista
camões até com um olho
micava a pinta de artista
a qualquer ilusionista
por isso cê realista
que atire a primeira pedra, quem nunca tenha pecado
o recado desta cota
é o que a nota te faz
escreve lê e aprende
surpreende te do que és capaz
não queiras ser só mais um
surpreso no alcatraz
as ruas já estão cheias
milhões trocam idéias
conservo as cefaléias
aprisionadas em mim
para um dia vir a escrever
o meu destino e o meu fim
mas quantos é que tu vês -ssim?
na estrada desta loucura
ansiei ter-te pela cura
mas eu nunca te encontrei…
talvez por perto
mas eu nunca lá cheguei…
talvez desperte no dia em que ficar sem tempo
mas por agora é tudo incerto
como as nossas at-tudes
vou registando o teu mundo
sempre fui teu vagabundo
só te peço um segundo
por favor não vires costas
atira me a cara os defeitos
para me contentar com as tuas respostas
e eu não posso mais esperar
cada vez, a alma pesa mais
quanto mais te ouço chorar
porque é que tu me afastas?
arrastas?
será porque no fundo as palavras já estão gastas?
porque é que não falas?
eu sei que a vida é madrasta
e nunca para
mas eu insisto
repara que agora por ti
faço a revolução
por ti eu sou o guevara
para o fidel
tipo mel, sou mais mágico que cogumelo
contigo eu faço apelo a tudo o que eu tenho
por favor não te tornes em mais um dos meus desenhos
por favor não te tornes em mais um dos meus desenhos
acabo nesta mesma rua
sobre a mesma falcatrua
manos a dar em spots
para renovar o stock
e eu não digo que não faço
mas por vezes só um abraço
pode mudar um rumo
por isso boy
acostuma-te a isto
e eu não venho para te dar um imprevisto
apenas venho para te dizer que eu existo
e eu aviso e eu insisto
para não voltares atrás
prova-te a ti próprio que tu próprio és capaz
desde que eu cá ando a paisagem nunca muda…
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