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letra de alameda da memória - contrafluxo

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[intro – colagens]
parece que foi ontem
do ontem fiz o hoje, o que é ruim deixei pra trás

[verso 1]
muito tempo p-ssou desde os tempos do porão
aprendizado, correria, verdadeira união
escrever, gravar, deixar de lado a balada
domingão, violão, ensaio, não mudou nada
pois a rima é rara, e pra mim é mais do que séria
na folha o atrito extrai a humana miséria
escrever de madruga é um antigo ritual
que purifica, alivia, é quase espiritual
o tempo foi p-ssando, veio a praça do cavalo
entra e sai cotidiano, som bombando no talo
corta um sample, faz um beat, depois a gente mixa
põem no repeat, pega o fone, liga e pede uma pizza
tá podrão vai lá pra sala, capota no colchonete
que horas são? meia noite! não paro antes das sete
afro rude, conseqüência, ascendência, foram vários
mpc e microondas, nem pensar em armário
de volta a casa da rosália quase que despejado
com nome sujo
praticamente sustentado
frustrado, paralisado, longe do planejado
viciando em nicotina, cafeína e derivados
fiquei com tempo de sobra, lapidei meu talento
uns chegaram agora, outros se foram no vento
hoje eu tô bem melhor, é só um pedaço da história
que eu recordei quando p-ssei pela alameda da memória

[ponte – colagens]
como se fosse ontem, ainda me lembro
me lembro muito bem dos meus tempos de moleque
como se fosse ontem
ai que saudade que eu tenho dos tempos de moleque
como se fosse ontem, ainda me lembro
eu lembro bem, eu não esqueço
parece que foi ontem
do ontem fiz o hoje, o que é ruim deixei pra trás

[verso 2: espião]
infância diluída em tempos que não voltam mais
dias de inocência que eu me lembro e sei que faz
toda diferença quando eu paro pra pensar
que ainda nessa vida há motivos pra sonhar
horas de alegria em que esqueço a tristeza
e um rosto iluminado já me faz ter a certeza
de que tudo porque luto hoje tem razão de ser
que a paz que eu procuro nasce a cada amanhecer
mãe sabes que te amo e serei sempre um filho amado
e graças a minha avó eu me tornei um cara honrado
o p-ssado é minha história e conta coisas que vivi
de amigos, conhecidos e por quem eu já torci

[verso 3: rodrigo ogi]
eu sei de onde vim, tudo aquilo que p-ssei
aventuras que eu já vivi, montanhas escalei
histórias tive na vida, e muitas delas servirão
nessa trajetória aguerrida é tudo uma lição
lá na terra de saddam eu aprendi como se faz
os conselhos da minha mãe não esqueço nunca mais
spray sujando a ponta do meu dedo
noites rabiscando muros era o meu enredo
foi nas lembranças, foi lá que busquei
momentos do p-ssado, saudades sentirei
de um tempo que defino como a época das glórias
na minha mente, na alameda da memória

[refrão]
tanta fita, é tanta história
que vem à minha mente na alameda da memória
dias de glória, notória trajetória
eu visitei na alameda da memória
tanta fita, é tanta história
que vem à minha mente na alameda da memória
lembrei de onde vim, essa é a dedicatória
guardo pra sempre na alameda da memória

[verso 5]
era uma vez vários versos atrás
papel, caneta e um rapaz que não sabia ser capaz
de expressar impressões, lia redações
rimadas, ritmadas, calcadas em canções
de batida forte, desde quando o escort
xr3 era o carro da vez
já pirava no som, mas por destino ou sorte
só voltou esse processo por vontade de 96
não sei quanto a vocês, mas o maluco do mamelo sound system
tem a chutar por baixo dele
ao menos umas mil, mil fita, acredita?
por isso agradeço a bença a cada letra escrita

[verso 6]
imagina a cena
aperta o rec e grava essa
recordo meu p-ssado bem tranquilo, sem pressa
são coisas de brasil que faz um homem na estrada recomeçar
na noite de insonia sai a caminhar sem destino
só um menino ouvindo metrô rap
várias fitas k-7, nem tinha internet
era só eu e o velho 3 em 1, me lembro bem
de ouvir pharcyde, da youngsta’s, wu-tang
do cambuci pra arapuá, o inicio da história
de arapuá pra são bernardo, eis a trajetória
de são bernardo pro infinito e essa é a glória
(até me emocionei) na alameda da memória

[ponte – colagens]
como se fosse ontem, ainda me lembro
me lembro muito bem dos meus tempos de moleque
como se fosse ontem
ai que saudade que eu tenho dos tempos de moleque
como se fosse ontem, ainda me lembro
eu lembro bem, eu não esqueço
parece que foi ontem
do ontem fiz o hoje, o que é ruim deixei pra trás

[verso 7]
já faz tempo, ainda dá saudade
eu tinha pouca idade e internet era novidade
hoje em dia tem orkut hoje, em dia tem youtube
naquele tempo era soweto e sub.club
com os mano sangue bom, e aí meu bom
vamo cola essa semana na tom tom
o roteiro eu tinha de cor
colava na cl-ss, urbana e ursa maior
os baile eram louco e o som rolava a mil
curtia gangstar, dr. dre e cypress hill
também tinha os nacional
thaíde, duck jam e região abissal
já tenho 30 anos, ainda não mudei meus planos
rua de baixo, “envelhecido 13 anos”
desde 93
quando eu p-ssava as madrugada -ssistindo yo e treinando meu inglês
comparava rap pages, the source, right on
com os poster na parede e só curtindo um som
junto com duensssa tomando umas bebida
sentado, relaxado, escutando grave diggas
gravava umas fitas, punha no walkman
saía no role pr-nto pro que vem
tinha mais, eu sei que tem, mais ai é muita história
pra saber tem que voltar pela alameda da memória

[refrão]
tanta fita, é tanta história
que vem à minha mente na alameda da memória
dias de glória, notória trajetória
eu visitei na alameda da memória
tanta fita, é tanta história
que vem à minha mente na alameda da memória
lembrei de onde vim, essa é a dedicatória
guardo pra sempre na alameda da memória

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